A necessidade de debater as doenças mentais.

No filme “Coringa, lançado em 2019, é retratado a história de Arthur Fleck, um homem rejeitado e desprezado por conta de sua doença mental. Ao longo da trama, é revelado que Arthur sofre dificuldades tanto vindas do governo, como descaso com o assunto, como por parte da sociedade, através de desprezo e preconceitos. Fora das telas de cinema, é evidente que a realidade apresentada no filme pode ser relacionada à do século XXI: Rejeição do governo e desprezo por parte da sociedade em relação aos portadores de doenças mentais.

Em primeiro plano, é importante que haja atenção do governo para os portadores de doenças mentais, afinal estes também fazem parte daqueles que as autoridades devem zelar: o povo. Além disso, a nossa legislação, a lei Paulo Delgado mais especificamente, trata sobre a proteção dos portadores de doenças mentais. Entretanto, o que se observa é negligência e omissão do governo a respeito do assunto, tendo em vista a falta de políticas públicas sobre o caso.

Ademais, doentes mentais sofrem preconceitos por parte da sociedade. Em 2020, o comediante Leo Lins e sua namorada, a modelo Aline Mineiro, causaram desconforto ao fazerem uma piada com doentes mentais, atribuindo estranheza à eles. A piada, ainda por cima, gerou comentários no mesmo sentido por parte dos seguidores. Assim sendo, fica evidente que essa atitude só revela a mentalidade da sociedade para com os doentes mentais, ao verem eles como estranhos, e não como o que são: pessoas, da mesma forma que todo mundo.

Portanto, é evidente que a questão dos portadores de doenças mentais precisa ser debatida no Brasil, para evitar negligência e desprezo, preconceito. Logo, urge que as instituições responsáveis por tratarem do problema promovam palestras escolares e públicas, visando alertar para a seriedade do problema. Dessa maneira, a mentalidade governista, mudada pela mentalidade do povo, focará em discutir políticas públicas a respeito do assunto, como mais investimentos na saúde para o acompanhamento adequado dos casos, por exemplo. Somente assim a história apresentada em “Coringa” poderá ficar distante da realidade do século XXI.