A necessidade da ampliação de uma educação política no Brasil

A atual Constituição Brasileira, promulgada em 1988, consolidou o Brasil como país democrático. Entretanto, na contemporaneidade, a população não desfruta plenamente dessa democracia, pois há um claro desinteresse desta pela política. Nesse contexto, deve-se analisar a importância da presença populacional nesta forma de governo, bem como por que o sistema educacional dificulta o processo.

Primeiramente, é válido pontuar como a participação popular faz-se mister num regime democrático. O filósofo Noberto Bobbio assevera que democracias participativa e representativa são complementares; desse modo, posto que a democracia é o governo do povo, deverá coexistir com intensa participação dos habitantes para que possa se manter. Assim, quanto mais conhecedor acerca da política um povo for, mais ativo e atento aos seus governantes ele será; há de ser mais difícil manipulá-lo.

Em segunda análise, convém ressaltar que a falta de uma educação prévia sobre o assunto dificulta o exercício dos direitos políticos. Segundo levantamento feito pelo TSE, apenas 1% do eleitorado é composto pela faixa etária onde o voto é facultativo. Essa realidade advém principalmente da falta de educação política que os jovens recebem na fase escolar, o que pode prejudicar sua vida adulta nesse âmbito, tornando-os menos ativos. Dessarte, o desinteresse político atual corrobora-se, atrasando o processo democrático.

Portanto, fica evidente que a democracia se faz através da participação popular, e que esta requer conhecimento político prévio. Para tanto, urge ao Ministério da Educação adicionar à grade escolar, a partir do ensino secundário, a disciplina cidadania: professores sociólogos, mediante acréscimo salarial, abordarão temas como democracia, noções políticas básicas e a importância de ser ativo nessa área. Logo, a extensão democrática pregada por Bobbio será concretizada.

 

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