A música popular brasileira: reflexos culturais no desenvolvimento de um povo

Em sua construção enquanto ser consciente, o homem, no decorrer da história, procurou diversas formas de demonstrar o meio cultural ao qual estava inserido para poder repassar sentimentos e pensamentos que o circulavam. Dentre estas, destacou-se a música. Através dela, foi possível expressar, mesmo que de forma não desejada, tudo que viesse a ser fator de influência. Tal fato ainda se mostra presente no desenvolvimento atual de diversos povos, incluindo no Brasil, onde tem-se grande destaque à utilização dessa arte para refletir problemas reais como, por exemplo, a violência contra as mulheres e a cultura do estupro.
“Rosas”, uma das canções mais aclamadas da banda Atitude Feminina, faz uso da música para denunciar diversas realidades do cotidiano de muitas brasileiras, como: o contato desde a infância com as drogas, o feminicídio e, seu principal foco, a violência contra as mulheres. Em “Me mandou calar a boca e não me respondeu/Insistir foi mal, ele me bateu”, parte da letra da mesma, mostra um relato que pode ser considerado comum em muitas famílias e, aliada a diversas pesquisas realizadas por vários institutos, enfatiza o poder que a música tem de retratar reflexos culturais da sociedade.
Entretanto, mesmo que existam grupos que critiquem a realidade a qual estão inseridos, há muitos que adotam uma postura alienada e acrítica a cerca do que estar ao seu redor, compartilhando ideias e práticas horríveis. Atualmente, nota-se com grande facilidade o costume do gênero funk de lançar canções com palavras de baixo calão e romantizar atitudes criminosas. Na letra da música “Vai, Faz a Fila”, de MC Denny, destaca-se de suas estrofes o momento em que o cantor fala em socar a vagina de sua companheira e, logo em seguida, canta-se o trecho “E se você pedir pra mim parar não vou parar”, deixando claro e refletindo, por influência, a presença da cultura do estupro no Brasil.
Em virtude dos fatos expostos, faz-se necessário medidas para extinguir as más influências que levam a criação de músicas que promovam questões violentas e criminosas. Com intervenção por parte do governo, que, através do Ministério da Educação juntamente com as escolas, deve promover campanhas e realizar palestras para incentivar desde cedo as crianças a não terem atitudes agressivas nem considerarem práticas criminosas normais. Para que assim, a arte musical não volte a ser banalizada e, logo, servirá para transmitir valores mais adequados para o futuro.