“A morte do maior parasita da humanidade: a humanidade”

Em meados da década de 60 o surgimento da Revolução Verde tornou-se um marco histórico, na qual expandiu horizontes para agricultura mundial promovendo a modernização com novas tecnologias visando o aumento da produtividade rural. Sobre essa acepção, com realce na sociedade brasileira hodierna, os problemas decorrentes do uso exacerbado de agrotóxicos nos alimentos produzidos pelo país, provocaram uma polêmica sobre a legitimidade de tal substância química. Assim, faz-se mister avaliar as principais causas da problemática: os riscos iminentes com a agressão a natureza e os problemas de saúde subsequentes ocasionados por intoxicação do defensivo agrícola.

Segundo o romancista francês Victor Hugo, “é triste pensar que a natureza fala e que o gênero humano não a ouve”. A partir dessa premissa, verifica-se que, apesar de o meio ambiente demonstrar vorazmente que o seu solo está ficando empobrecido por conta do uso demasiado de substâncias químicas, o grande empreendedor o satura cada vez mais almejando o lucro sem limites, promovendo dessa forma uma inconsciência ambiental. Cumpre salientar ainda que, além da contaminação dos alimentos e dos solos, esses agrotóxicos podem também atingir os lenções freáticos poluindo analogicamente a água daquele local, que por vezes ramifica-se para comunidades vizinhas.

Outrossim, é imprescindível destacar os problemas de saúde fomentados pela intoxicação decorrente da má utilização desses produtos. Segundo dados do Relatório Nacional de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos, foram notificados cerca 84 mil casos de envenenamento no meio rural por agrotóxicos entre 2007 e 2015, e esses números são ainda maiores se acrescentar a comercialização desses produtos no âmbito urbano. Nesse viés, é evidente que medidas devem ser tomadas urgentemente para reverter esse quadro.

Faz-se inadiável, portanto, a necessidade de se tomar uma providência eficaz e eficiente para minimizar essa realidade, o Ministério da Agricultura – órgão responsável pela produtividade rural da população – deve criar, mediante verbas governamentais projetos que promovam o uso correto de agrotóxicos de modo que não acarrete em prejuízos para a saúde tanto de quem está plantando, quanto para quem irá receber o alimento, assegurando, de modo análogo, a proteção do meio ambiente envolvido no processo. Isso pode ser feito por intermédio de profissionais da saúde adjunto da polícia federal em fazendas e agroempresas, para que dessa forma o homem possa “ouvir” mais a natureza que o cerca.