A manipulação de imagem nas redes sociais e seus malefícios à saúde mental

No documentário “Dilema das Redes” da produtora Netflix, é retratado a realidade por
trás dos algoritmos. Em uma das análises, é utilizado o termo “Dismorfia de Snapchat”, isto é, a
busca por cirurgias plásticas que se assemelhem com filtros de aplicativos. De maneira análoga,
tornou-se evidente o crescimento de procedimentos estéticos entre os jovens, causados pela
onda de edição de imagens. Haja visto, que o cenário tem causado malefícios à saúde mental,
esta realidade se deve, essencialmente, à incessante procura por padrões de beleza e ao
descontrolado uso das redes sociais.
Primeiramente, vale salientar que a manipulação de imagens, enfatizam padrões de
beleza irreais e inalcançáveis, prejudicando o psicológico dos indivíduos. Segundo o filósofo da
Grécia antiga, Hipócrates, “O homem saudável é aquele que possui um estado mental e físico
em perfeito equilíbrio”. Sob essa perspectiva, a busca pelo “belo”, levam vários usuários de
plataformas do Instagram, do Facebook e do Snapchat, a desenvolverem distúrbios alimentares
e transtornos psicológicos, como, por exemplo, a anorexia nervosa. Dessa forma, a busca pelo
corpo perfeito, tornou-se mais um desejo de aceitação coletiva do que individual. Indicando que
manipulação de imagens é um processo utópico.
Ademais, é irrefutável a dependência desenfreada do uso de redes sociais. De acordo
com o sociólogo polonês Zygmunt Bauman, “Na era da informação, a invisibilidade é equivalente
à morte”. Sob esse viés, a compulsão de expor fotos manipuladas, está ligada a uma sensação
falsa de confiança. Em suma, o vicioso ciclo exibicionista, geralmente, é acometido por
transtornos de base, ou seja, ansiedade, depressão e fobia social. Sendo assim, além de
problemas psicológicos causados pelas idealizações, é inerente o dilema de autoconfiança com
a própria aparência, submetendo-a a mudanças estéticas.
Registra-se, portanto, que a manipulação de imagens nas redes sociais é nociva para a
saúde mental dos usuários. Assim sendo, as mídias sociais em conjunto com o Ministério da
Saúde – setor responsável pela administração e manutenção da saúde pública –, devem
administrar campanhas e debates, com especialistas no assunto, psicólogos e psiquiatras, acerca
da importância da saúde mental e autocontrole nas atividades das redes, a fim de informar e
conscientizar a população sobre os malefícios das redes sociais à saúde mental. Para que
minimize situações semelhantes à de “Dilema das Redes”.