A leitura e o cidadão

Na obra do escritor australiano Markus Zusak, em “A menina que roubava livros”, aborda em um de seus temas a busca e a sede de uma garota, pelos livros, onde encontra conhecimento para definir e argumentar sobre sua condição e de seu país. Porém esse interesse não se apresenta na sociedade brasileira, que pela sua falta, junto a escassez de incentivo por parte do governo e o equívoco de que ela pertence a classes abastadas, impede que a leitura aja como criador de um indivíduo com capacidade racional e espirito crítico, transformador da sua sociedade.

Primeiramente, é fato que o ato de ler faz parte fundamental na educação, porém, não é motivada, nem defendida pelo Estado impedindo a construção de um ser integrador da sua comunidade já que ela prepara o homem para viver em sociedade, como defendido por Aristóteles. Desta forma ela age na criação do cidadão, uma vez que, aumenta a aptidão cognitiva e a imaginação do indivíduo, atribuindo diferentes significados e interpretações. Tais que pode fomentar uma capacidade argumentativa, que a partir do conhecimento obtido através dela, pode produzir respeito pelo outro, e o discernimento para mudar o que há de errado no momento atual, agindo com o seu papel de sujeito social, e contribuindo para a criação de um Estado melhor.

Em segundo, a falta de interesse se apresenta devido bases culturais defendidas pela sociedade, expresso, durante boa parte da história ocidental, principalmente na idade média, onde a leitura não era de acesso a todos, de forma que as classes mais pobres, não desenvolviam o pensamento crítico e ficavam mais suscetíveis ao controle da nobreza. Esse endeusamento da leitura, como algo distante e pertencente ao homem culto, acaba por provocar a desmotivação, que suscita indivíduos mais manipuláveis e menos pensadores, encapasses de promover mudanças em sua forma de vida, e sustentado pela antiga concepção de séculos passados trazido para o Brasil.

Portanto para que, como a menina, haja mais interesse da população na leitura, de forma modificadora. É necessário que a Secretária da Educação em conjunto com a Secretaria de Cultura, se unam para promover uma disseminação da leitura e a quebra dos ideais antigos para o processo de construção de um cidadão que deve ser instigado ainda na infância como no livro Manifestada através da criação de projetos sociais que envolvam sarais de leituras, clubes e bibliotecas públicas em escolas e nas comunidades. Afim de se construir uma interação, para discussão e o desenvolvimento crítico e social, dissociada com a relação de classes, e vigente a todos de uma leitura renovadora.