A legalização do aborto no Brasil

De acordo com a Constituição Federal de 1988, todos os brasileiros possuem o direito à liberdade de escolha. No entanto, isto não se torna realidade quando se trata da prática do aborto, que ainda é considerada ilegal no Brasil. Por esse motivo, muitas mulheres optam por métodos clandestinos, que podem colocar suas vidas em risco, e sofrem muito preconceito pelas suas decisões que, em grande parte, não são realizadas com o apoio familiar. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque solucionar essas problemáticas.

Em primeira análise, é evidente que a gravidez indesejada é oriunda da falta de educação sexual tendo em vista que atinge, em sua maioria, casais adolescentes que não possuíram informações sobre métodos contraceptivos e os cuidados que são necessários ao iniciar as relações sexuais. Dessa forma, muitos recorrem a clínicas clandestinas para realização do aborto com o pensamento de que é a única solução pois não é possível realizar o procedimento de forma segura quando se tem em perspectiva que tal ato não é permitido pela lei.

Ademais, vale ressaltar a pressão psicológica sofrida pelas mulheres devido ao julgamento da sociedade e da própria família. Na série americana Sex Education a personagem Maeve engravida e decide abortar, entretanto encara essa situação sozinha e sem amparo familiar ou dos amigos. Mesmo sendo realizado de forma legal em alguns lugares dos Estados Unidos, não são todos os americanos a favor do aborto e a obra retrata isso quando a garota encontra protestantes na frente da clínica que tentam fazê-la se sentir culpada. Fora da ficção, não existem muitas diferenças quando se trata da saúde mental das mulheres por conta do sentimento de culpa e da falta de apoio durante este momento.

Nessa lógica, cabe ao Poder Executivo resolver este imbróglio por meio da aprovação de uma lei que permita a realização do aborto no Brasil de forma segura e qualificada. Ao colocar esta lei em prática é necessário o auxílio de profissionais preparados para cuidar da saúde mental das pacientes.  Além disso, torna-se indispensável a participação do Ministério da Educação que deve conscientizar e preparar os jovens para iniciar a vida sexual de maneira segura por meio de eventos, palestras e aulas a fim de evitar gravidezes indesejadas. Com a realização dessas medidas, será possível a efetivação das palavras presentes na Magna Carta.