A internet que pode mudar o nível de interação entre homem e máquina

O filme Matrix trata de um cenário distópico onde há uma fusão entre o mundo das máquinas e a humanidade. Todavia, a civilização atual ainda vive o dilema de tentar tornar viável o que se apresenta na ficção: uma interação instantânea entre os diversos sistemas tecnológicos e os seres humanos. Nesse viés, para colher os benefícios de objetos que interagem entre si, será preciso superar as adversidades causadas por uma infraestrutura precária e uma educação defasada.

Em princípio, a internet 5G pode trazer muitos avanços positivos com a rápida difusão de dados. No entanto, desde a Terceira Revolução Industrial, países subdesenvolvidos como o Brasil, buscam superar os obstáculos estruturais que impedem a integração das ferramentas digitais associadas às ações humanas. Nesse contexto, inovações como a indústria 4.0, oriundo dos estudos em robótica iniciado no século passado, devem ser implantadas com urgência para melhorar o desempenho econômico do país. Além disso, a conexão imediata entre dispositivos eletrônicos precisa ser um meio de garantir a eficiência dos serviços públicos que fornecem assistência básica para a população.

Ademais, o analfabetismo funcional ainda é uma realidade em terras brasileiras. A esse respeito, o filósofo Immanuel Kant salienta que “o homem é aquilo que a educação faz dele”, mostrando o quanto pode ser difícil para quem não consegue compreender o sistema básico de códigos de seu próprio idioma – ler e escrever – ter acesso aos novos modelos informacionais. Nesse sentido, tornar a transmissão de dados eficiente depende de políticas educacionais eficazes, para convergir na emancipação do indivíduo seguindo a lógica estabelecida pelo filósofo.

Portanto, se faz necessário superar as barreiras que separam a internet das coisas (IoT) e a sociedade civil. Desse modo, as escolas – responsáveis pela transformação social – por meio do investimento governamental, devem criar oficinas educativas sobre IoT, ministradas por profissionais de tecnologia versados em assuntos interdisciplinares, abertas para alunos e seus familiares. Esses eventos devem ocorrer quinzenalmente e tem por finalidade desmistificar e aumentar a compreensão sobre o tema. Assim, diferente da relação hostil mostrada em Matrix, seres humanos e máquinas possam viver em harmonia.