A importância de se discutir o tratamento e a inclusão dos portadores de doenças mentais na contemporaneidade

O filme “Joker”, produzido pela DC Filmes, evidencia as dificuldades e as consequências que envolvem a falta de tratamento à uma doença mental. Nesse viés, mostra-se a conflituosa trajetória de Arthur Fleck, um palhaço debilitado fisicamente e mentalmente que em meio a maldade da abandonada Gothan City se torna “Coringa”, o polêmico vilão do Universo DC. Fora da ficção, a inclusão à portadores de doenças mentais tem se tornado um panorama cada vez mais desafiador. Nessa conjuntura, tem-se tanto a formação de uma sociedade extremamente individualista quanto a ineficácia das ações governamentais como fatores agravantes dessa situação.

Em primeiro lugar, é importante ressaltar que o individualismo excessivo é determinante para a continuidade do problema, visto que as pessoas tendem cada vez mais a olharem apenas para si mesmas e ignorarem ou subestimarem a dor e o sofrimento alheio. De acordo com o sociólogo Polonês, Zygmunt Bauman, o individualismo humano é um dos maiores problemas da sociedade contemporânea. Essa perspectiva pode ser relacionada à importância do tratamento e da inclusão dos portadores mentais, já que o individualismo social pode interferir no reconhecimento e na intervenção médica ao paciente.

Ademais, cabe destacar como consequências desse contexto a marginalização e a estagnação social desse grupo. Além disso, o não tratamento às doenças mentais leva ao agravamento das mesmas, como o distúrbio de conduta e o enfraquecimento da memória. Rompe-se assim, o Artigo 196 da Constituição Federal de 1998 o qual garante o direito fundamental à saúde por meio da ação de políticas sociais e econômicas, dado que, as ações governamentais tem sido ineficazes para o controle desse contexto problemático. Assim, o problema que envolve a inclusão e o tratamento de pessoas com doenças mentais permanece sem solução.

Portanto, o Estado deve efetivar as políticas públicas já existentes e buscar a implantação de leis que visem a criação de Instituições especializadas no tratamento de doenças mentais por todo Brasil, visando assim, o melhor atendimento à essa parte população. Outrossim, cabe à mídia trabalhar na criação de propagandas sobre a importância da aceitação e inclusão aos portadores de doenças mentais, com o objetivo de sensibilizar a população acerca do tema, que por muitas vezes, é deixado de lado. Com isso, espera-se que esse grupo seja tratado, e por fim, crie o sentimento de  pertencimento à sociedade, para que novos “Coringas” não sejam criados.