A importância de democratizar a mídia brasileira

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Em meados da década de 1960 até 1985 o Brasil vivenciava a ditadura militar que, a partir da proclamação do ato institucional cinco, determinava a censura e segregação de movimentos que fossem contra o governo. Nessa perspectiva, apesar de décadas terem se passado, a liberdade efetiva da sociedade ainda não acontece, uma vez que sua maioria ainda não é representada e nem tem voz na mídia brasileira. Dessa forma, faz-se necessário entender o porquê da persistência da não democratização midiática, alem de mitigar seus problemas que permeiam entre a exploração empresarial e a falta de representatividade social.

Deve-se pontuar, de início, que a mídia possui enorme poder de controle e influência na sociedade atual, este é o maior veículo para a construção da cidadania. Sob esse viés, o jurista norte-americano Learned Hand afirma que a ‘’mão’’ que governa o jornal, o rádio e a tela disseminada ao longe, governa o país. Nesse âmbito, observa-se que imprensa brasileira não é pluralmente informada, já que numa sociedade capitalista onde quem detém o poder financeiro detém também o poder de informar com a liberdade para transmitir o que for mais compatível com os seus interesses privados. Logo, é impossível falar em efetivação do direito à informação e à comunicação sem a real democratização dos meios de comunicação, pois esta é pressuposto para a concretização dessas garantias.

Outrossim, vale ressaltar que as minorias não são representada e nem valorizadas pela mídia brasileira, fato que corrobora para a não democratização desta. Nesse cenário, a série norte-americana ‘’Hollywood’’ mostra as dificuldades de Archie, um negro marginalizado, em conseguir um papel na indústria cinematográfica devido a sua cor. Desse modo, fora da ficção, a classe trabalhadora brasileira já não se vê representada pelo que é transmitido na grande mídia, vez não encontra os seus agendamentos colocados em pauta para toda a sociedade. Diante disso, vê-se que as classes minoritárias da sociedade acabam sendo desvalorizadas pelo maior meio de propagação social.

Fica clara, portanto, a necessidade da adoção de medidas que visem resolver as contrariedades do tema. Destarte, o Ministério das Comunicações deve valorizar e apoiar, mediante maior repasse de verbas, os meios alternativos de mídia, para que haja uma maior democratização da transmissão das informações, amenizando assim o monopólio capitalista. Ademais, cabe à Secretaria Especial da Cultura estimular às produtoras cinematográficas e midiáticas apoiadoras das pequenas classes, com o fito de realizar produções cada vez melhores e, consequentemente, maior mobilização e a quebra de tabus discriminatórios. Assim, o Brasil tornar-se-á um país com a mídia democratizada e distanciará da realidade ditatorial de 1964.