A imparcialidade da mídia em discussão no século XXI

Os meios de comunicação chegaram ao Brasil em meados dos anos de 1960, período em que a ditadura cívico-militar, com características elitistas e pró-capitalismo, controlava e censurava as opiniões e os mecanismos de perpetuação cultural. Com a queda do regime, os meios de comunicação passaram a gozar da democracia e da liberdade de expressão e opinião. Entretanto, a necessidade de manter os monopólios lucrativos fez com que as grandes mídias se tornassem imparciais afim de fazer com que o publico fosse influenciado por sua opinião e ideologia.

Primeiramente, é notória que as noticias, propagandas e programas de entretenimento possuem um alto poder de persuasão sobre o comportamento da população. De acordo com os filósofos da Escola de Frankfurt, na contemporaneidade, por meio da indústria cultural, o entretenimento passou a manipular a população tornando essa alienada e consumista. Além dos estímulos consumistas, a manipulação das informações introduz uma visão deturpada da realidade fazendo com que a população, que possuí baixo censo crítico, seja influenciada por uma percepção adulterada da sociedade.

Além disso, é perceptível que a bipolarização politica presente na sociedade brasileira é estimulada pela mídia nacional. A maximização de informações, até mesmo as não confirmadas, sobre a situação da politica nacional acaba por incitar a realização de protestos que quando transmitidos em rede nacional geram um efeito manada. Nesse contexto, as noticias veiculadas seguem uma tendência a fazer o espectador ficar contra alguns candidatos e apoiar outros. Assim, é possível observar que essa mobilização é nutrida por um discurso de ódio que sustenta a politica nacional e impede que haja reais mudanças sociais.

Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para minimizar os efeitos dessa problemática. Assim, cabe ao Poder Público auxiliar os meios de comunicação independentes por meio de financiamento para pequenos jornais, blogueiros e redes de televisão que possuem uma real pluralidade de opiniões que poderão ser veiculadas de modo mais democrático e abrangente. Também, é essencial que o Ministério da Educação realize uma reforma no sistema educacional propiciando aulas que desenvolvam o censo crítico da população, como sociologia, filosofia e geografia, além de estimular a realização de debates entre os alunos para possibilitar que esses se deparem com a multiplicidade de opiniões. Dessa forma, será possível que os meios de comunicação não utilizem do povo brasileiro para conseguir seus interesses, além de deixar as futuras gerações mais preparadas para construir suas próprias opiniões.