A gravidez na adolescência em questão no Brasil

O índice de gravidez na adolescência no Brasil está acima da média mundial. Conforme o relatório lançado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), no Brasil registrou-se que, a cada mil brasileira entre 15 e 19 anos, 53 tornam-se mães, enquanto, no mundo, são 41. Os dados reforçam a necessidade de analisar as causas que agravam esse problema, dentre as quais se destacam a falta de educação sexual e a desigualdade social.

Diante desse cenário, a ausência de educação sexual contribui para a gravidez precoce entre jovens. Sob essa conjuntura, segundo o filósofo Habermas,, em seu conceito de “Ação comunicativa”, o leito civil deve disseminar informações sobre assuntos problemáticos e  pouco debatidos para que eles sejam minimizados. Dessa forma, ao seguir tal linha de raciocínio, nota-se que a escassez de discussões sobre temas relacionados a sexualidade contribui para a gestação na adolescência. Apesar de os jovens nos dias atuais possuírem conhecimento sobre existência de métodos contraceptivos, a maioria não sabe prevenir-se de forma adequada, não compreendendo o funcionamento de cada método e utilizando-o de forma errônea, além disso é comum o pensamento entre os jovens de que uma gestação nunca aconteceria com eles. Por conseguinte, esse triste quadro traz grandes impactos na vida dos adolescentes, que em sua maioria abandonam a escola e ainda tem seu desenvolvimento afetado.

Ademais, é válido perceber que a disparidade social potencializa esse quadro atual. De acordo com dados do IBGE, meninas com menores condições socioeconômicas tem cinco vezes mais chances de engravidar que adolescentes mais abastadas. Isso porque, as jovens de classe mais pobre apresentam baixo níveis de escolaridade, fazendo com que tenham pouca perspectiva em relação a futura inserção no mercado de trabalho, com isso, o papel social que lhes sobra é o de mãe. Infelizmente, muitas meninas vêem a gravidez como um ganho, já que se torna uma forma de criar novas possibilidades para a vida na ausência de incentivo ao estudo e a profissionalização.

Observa-se, mediante o exposto que a gravidez na adolescência é motivada pela falta de educação sexual e pela desigualdade social. Assim, cabe ao Ministério de Educação e da Cultura (MEC) ampliar o acesso dos jovens a temas relacionados a sexualidade. Para isso, o MEC, por meio de verbas governamentais, deve implementar em escolas publicas e privadas palestras e rodas de conversas periódicas, a fim de que os jovens possam tirar suas dúvidas e compreender quais cuidados devem ter. Com essas medidas, será possível combater a gravidez precoce, e assim adolescentes poderão focar nos estudos e no seu futuro.