A família contemporânea

O conceito de família, ao longo da história da humanidade, em diversas sociedades, foi sendo ressignificado de acordo com seus respectivos valores sociopolíticos e morais, a partir de paralelidades cosanguíneas, ou mesmo de construções no imaginário social do senso de pertencimento, um “laço” que une e convoca à fraternidade os integrantes de tais grupos.

Inicialmente, vale-se citar a série “Years and Years”, que possui como um de seus núcleos temáticos a pluralidade sociocultural humana no contexto familiar e, em diversos aspectos, subverte estereótipos de gênero, idade e etnia, evidenciando-nos, dessa forma, que na atualidade o conceito e a configuração das famílias tende a tornar-se mais abrangente e plural, de forma que passa a integrar mais os indivíduos, ao invés de marginalizá-los.

Justamente devido a esta amplificação do conceito de família, faz-se importante a compreensão de qual era o modelo de família “tradicional”, modelo esse que é implicitamente criticado no filme “Viveiro”, em que há evidentes críticas quando ao “engessamento” das relações humanas, uma vez que cada indivíduo da família já possui um “roteiro de vida”, devendo agir de uma ou outra forma a depender de seus respectivos atributos como etnia, gênero e idade, evidenciando-nos uma padronização das relações humanas e, metaforicamente, um encarceramento de parte das liberdades indivíduais das pessoas.

Observando-se, então, essa modificação na estrutura familiar e objetivando fomentar a pluralidade, integração e liberdade dos cidadãos no âmbito individual e social, é dever do Estado desenvolver atividades socioculturais de recreação para os cidadãos por meio da criação de parques, jardins, cinemas, teatros, quadras, etc. E, em parceria com órgãos jornalísticos e midiáticos, criar e divulgar propagandas que incitem ao respeito quanto às pluralidade humanas.