A falta de empatia nas relações sociais no Brasil

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Em sua obra “Quarto de Despejo”, Carolina Maria de Jesus-catadora de lixo- estabelece uma crítica à falta de empatia dos governantes com a população, uma vez que indivíduos em vulnerabilidade são negligenciados e marginalizados na sociedade. Não muito distante da obra, na contemporaneidade, verifica-se a falta de empatia nas relações sociais no Brasil. Visto isso, tal realidade reflete um cenário desafiador, seja pelo discurso de ódio no meio vigente, seja pelo preconceito com a diversidade humana. Diante disso, para que haja uma reversão do quadro, convém analisar as vertentes da discussão.

Cabe reconhecer, de início, que o discurso de ódio é um indicador da carência de empatia no meio social. Nessa perspectiva, a propagação do ódio e da violência se mostra evidente em uma sociedade marcada pela efemeridade e por relações superficiais, haja vista a dificuldade de lidar com opiniões contrárias e pensamentos distintos. Nesta ótica, Hannah Arendt, com base na teoria “banalidade do mal”, aponta que o ódio e a maldade com o próximo persistem pela falta de reflexão. Perante o exposto, a falta de reflexão de indivíduos que não se colocam no lugar de outrem contribui para a violência e para a exclusão, evidenciando uma humanidade cada vez mais egocêntrica. Dessa forma, faz-se primordial a dissolução dessa conjuntura.

Em segundo plano, é válido ressaltar que o preconceito diante das disparidades humanas é uma complexa situação que envolve a abstenção de empatia no Brasil. De maneira análoga, Albert Einstein postula: “é mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito”. Diante do supracitado, é notório que os estereótipos com relação aos negros, homossexuais e mulheres constroem uma sociedade individualista, formando o pensamento de superioridade de um indivíduo sobre outro. Nesse viés, essa falta de empatia com as diferenças contraria princípios fundamentais da Declaração dos Direitos Humanos, uma vez que assegura, em seu artigo 2•, o direito de igualdade de cor, raça, sexo e religião. Dessa maneira, é necessário mitigar as ideologias que desrespeitam a dignidade do ser humano.

Portanto, é imprescindível atenuar a carência de empatia nas relações do indivíduo. Destarte, é responsabilidade da mídia- encarregada de disseminar informações- propagar valores de respeito e de empatia nas redes de comunicação, por meio de conferências online e da realização de gincanas solidárias, com o objetivo de amenizar o discurso de ódio na sociedade e fortalecer vínculos, construindo relações de harmonia e de compaixão pelo próximo. Ademais, cabe às instituições de ensino-responsáveis por transmitir o saber- combater o preconceito dos alunos com a diversidade, por meio da introdução do estudo da Declaração dos Direitos Humanos na grade curricular, aliado aos valores de empatia , a fim de que os alunos coloquem em prática os valores. Desse modo, por intermédio da empatia, a realidade de inúmeras “Carolinas” será transformada.

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3 Correções

  1. Você juntou palavras na primeira linha – falha na C1
    Muito boa a sua introdução, ela está completa.

    Muito bom o seu D1, ele está completo.

    Muito bom o seu D2, ele está completo.

    Muito boa a sua conclusão, ela está completa.

    Porém, senti falta de vc deixar evidente que vc estava se retratando de uma realidade brasileira. O que na problemática, deixa evidente que está se referindo a um problema no Brasil e não no mundo.

    C1: 160
    C2: 200
    C3: 160
    C4: 200
    C5: 200
    TOTAL: 920

    Você escreve muito bem, foi perfeito em 3 competências, e quase perfeito em 2, mesmo sendo apenas um erro em cada competência, continua sendo um erro, então espero que vc entenda a tirada de pontos. Parabéns, continue a treinar e rumo ao 1000.

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  2. O redator demonstra um bom domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa, apresenta o tema por meio de argumentação consistente .Outrora, apresenta informações, opiniões pouco organizados em defesa de um ponto de vista .Apresenta uma proposta de intervenção relacionada ao tema e articulada a discussão do texto no entanto faltou um maior detalhamento e eficácia para a problemática.

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  3. A redação está bem estruturada, desde sua introdução á conclusão. Os conectivos foram bem utilizados, e as citações bem colocadas. Somente diante da colocação de Carolina a respeito dos governantes com a população que senti falta de alguma relação no desenvolvimento, ainda que tenha entendido que a citação se referiu a vulnerabilidade da população. Exceto isto a redação está impecável. Clara, objetiva e bem concluída. Nota 900.

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