A falta de empatia nas relações sociais do Brasil

O filme “Coringa” retrata a vida de Arthur Fleck, que necessita de tratamento psíquico adequado, mas é tangenciado pela sociedade e pelo Estado, o que o leva a cometer loucuras e assassinatos. Nessa perspectiva, percebe-se que a ficção se assemelha à realidade, haja vista a falta de empatia nas relações sociais. Logo, é indubitável que esse imbróglio seja debatido com ênfase na liquidez das relações entre os indivíduos e no descaso governamental.
Em primeiro lugar, é fulcral salientar a visão de Zygmunt Bauman acerca do mundo atual. Em seu livro “Modernidade Líquida”, o autor defende que a pós-modernidade é fortemente influenciada pelo individualismo, formando pessoas superficiais e sem a capacidade de pensar no outro. Sendo assim, conclui-se que é necessário que os indivíduos deixem de olhar somente para si e tenham um enfoque mais humano em relação ao próximo. Tal ação atenuaria problemas como o desmatamento, cuja causa principal é a falta de empatia.
Além disso, a negligência estatal configura-se como um empecilho nessa questão. Nesse sentido, o filósofo Jean-Jacques Rousseau afirma que o Estado é responsável por estabelecer condições básicas para o bem-estar da população. Contudo, o Poder Estatal tem sido negligente com a população, haja vista que não há políticas públicas que visem fortalecer as relações sociais e dar assistência às minorias que são marginalizadas devido à falta de humanidade no âmbito social. Assim, ao não efetivar o pensamento de Rousseau, o Estado promove uma das causas do problema.
Com base nos argumentos pontuados, é necessária a promoção de ações específicas do governo. Portanto, o Ministério da Educação deve promover a criação de um momento para palestras nas escolas, por meio da presença de especialistas no assunto, a fim de incentivar desde a infância um enfoque mais humano frente às questões sociais e às minorias. Tal evento deve contar com a presença de pais e professores e pode ocorrer no período extraclasse. Dessa forma, os indivíduos olharão para os problemas sociais com mais empatia.