A era dos crimes românticos

No canal do YouTube “Deixa Falar”, apresentadora de conteúdo Fernanda, envolve seu público contando histórias de crimes que incluem assassinato como forma de entretenimento. Simultaneamente, as consequências da romantização do crime, infelizmente, se espalham pelo Brasil. Deste modo, faz se necessário, debater a distorção do crime como fruto do papel protagonizado pela mídia e da falta de informações a respeito.

Primeiramente, a mídia brasileira, veículo pelo qual circulam as notícias, não tem se comprometido com o repasse de informações claras e puras. Tal prerrogativa é passível de análise a partir do quadro de um assassinato em série, como o que ocorreu em Goiás este ano, por Lázaro Barbosa. O Acontecido repercutiu em toda a pátria e foi utilizado por determinada parcela da mídia como fonte de audiência, estas além de promoverem o criminoso também o tornaram famoso, demonstrando o descaso com a realidade do que foi repassado.

Além disso, a falta de informações, também contribui para uma veneração e normalização de episódios de extrema violência. Isso acontece como o descrito na “atitude blasé”, do sociólogo George Simmel, quando o indivíduo age com indiferença em meio às situações que demandam atenção. Nesta lógica, gerando um Desencadear de desinformação, baseado na desatenção e no desinteresse.

Em síntese, a romantização dos crimes advém das Barreiras midiáticas e desinformarias, levando o indivíduo a consumir conteúdos violentos sem atenção e percepção clara. Portanto, cabe ao governo federal em parceria com canais de televisão, mídia impressa e digital, buscarem informar o maior número de pessoas sobre os perigos do “amor ao vilão”, por meio de campanhas, a fim de estabelecer uma base de conhecimento profunda. Tal finalidade, também deve abranger o entendimento dos malefícios em se consumir conteúdos como do canal “Deixa Falar” sem prévio discernimento de como que esse tipo de entretenimento nasce.