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A educação a distância no Brasil em meio à pandemia da Covid-19

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A Constituição Federal de 1988 – documento de maior hierarquia do sistema jurídico do país – assegura o direito à educação como inerente a todo cidadão brasileiro. No entanto, a efetivação da norma constitucional não é vista na prática, dado os percalços que envolvem a educação a distância no Brasil em meio à pandemia da Covid-19. Diante disso, urge analisar a inobservância estatal e a desigualdade educacional como causas relevantes do impasse.
Perante esse cenário, verifica-se que a negligência estatal é uma peça-chave do problema. Sob essa lógica, Thomas Hobbes, filósofo inglês, em seu livro “Leviatã”, defende que é dever do Estado proporcionar meios que auxiliam o progresso da sociedade. Entretanto, a máxima do intelectual destoa da realidade, dado que se observa a relegação das autoridades em promover políticas que tenham o intuito de minimizar os impactos da educação a distância, como a promoção de recursos digitais, estes imprescindíveis para o aprendizado, aos alunos. Dessa forma, entende-se que a inobservância governamental atua como impulsionadora da questão, porquanto não garante – em igualdade – direitos constitucionais.
Além disso, a desigualdade educacional também contribui com a questão discutida. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 4,5 milhões de estudantes não tinham acesso à internet nos primeiros meses de pandemia e mais de 90% integravam a rede pública de ensino. Depreende-se, nesse contexto, que a desigualdade atinge diretamente a vida dos alunos, uma vez que se faz necessário dispor de recursos, como boa rede de internet e aparelhos eletrônicos, para acompanhar as aulas remotas. Assim, a falta de democratização torna a educação elitista, comprometendo, nesse sentido, o desempenho acadêmico e o futuro dos estudantes.
Infere-se, portanto, que atenuar os desafios relacionados ao tema é fundamental para o avanço do país. Logo, o governo federal – na condição de garantidor dos direitos sociais -, por intermédio do Fundo de Universalização do Sistema de Telecomunicação, deve fornecer aos estudantes os recursos necessários e exigidos pela educação a distância, com o objetivo de diminuir a desigualdade educacional existente no país. Ademais, é preciso, junto ao Ministério da Educação, capacitar os professores no que tange a modalidade, a fim de numa futura realidade, quando houver a integralização da EAD ao currículo educacional, a promoção do ensino de qualidade, como garante a Constituição. Desse modo, é possível mitigar tais entraves.

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3 Correções

  1. Olá, tudo bem?

    A sua redação está muito boa, bem desenvolvida e argumentada. Os dados são relevantes e diretos, como também a norma culta formal que foi seguida. A redação em si está ótima e bem elaborada. Parabéns!!
    Mas lembre-se de prestar atenção ao escrever a sua redação, pois em um de seus desenvolvimento você citou a falta da democratização e não falou de que.

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  2. A Constituição Federal (1) de 1988 – documento de maior hierarquia do sistema jurídico do país – assegura o direito à educação como inerente a todo cidadão brasileiro. No entanto, a efetivação da norma constitucional não é vista na prática, dado os percalços que envolvem a educação a distância no Brasil em meio à pandemia da Covid-19. Diante disso, urge analisar a inobservância estatal e a desigualdade educacional como causas relevantes do impasse.
    Perante esse cenário, verifica-se que a negligência estatal é uma peça-chave do problema. Sob essa lógica, Thomas Hobbes, filósofo inglês, em seu livro “Leviatã”, defende que é dever do Estado proporcionar meios que auxiliam o progresso da sociedade. Entretanto, a máxima do intelectual destoa da realidade, dado que se observa a relegação das autoridades em promover políticas que tenho (2) o intuito de minimizar os impactos da educação a distância, como a promoção de recursos digitais, estes imprescindíveis para o aprendizado, aos alunos. Dessa forma, entende-se que a inobservância governamental atua como impulsionadora da questão, porquanto não garante – em igualdade – direitos constitucionais.
    Além disso, a desigualdade educacional também contribui com a questão discutida. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 4,5 milhões de estudantes não tinham acesso à internet nos primeiros meses de pandemia e mais de 90% integravam a rede pública de ensino. Depreende-se, nesse contexto, que a desigualdade atinge diretamente a vida dos alunos, uma vez que se faz necessário dispor de recursos, como boa rede de internet e aparelhos eletrônicos, para acompanhar as aulas remotas. Assim, a falta de democratização (3) torna a educação elitista, comprometendo, nesse sentido, o desempenho acadêmico e o futuro dos estudantes.
    Infere-se, portanto, que atenuar os desafios relacionados ao tema é fundamental para o avanço do país. Logo, o governo federal (4) – na condição de garantidor dos direitos sociais -, por intermédio do Fundo de Universalização do Sistema de Telecomunicação, deve fornecer aos estudantes os recursos necessários e exigidos pela educação a distância, com o objetivo de diminuir a desigualdade educacional existente no país. Ademias (5), é preciso, junto ao Ministério da Educação, capacitar os professores no que tange a modalidade, a fim de numa futura realidade, quando houver a integralização da EAD ao currículo educacional, a promoção do ensino de qualidade, como garante a Constituição. Desse modo, é possível mitigar tais entraves.

    1 – Coloque “Federal” com inicial minúscula, pois o nome oficial é Constituição da República Federativa do Brasil (C1)
    2 – Concordância verbal – “tenham” (C1)
    3 – A falta de democratização do que? Mesmo que você tenha abordado antes, deixe bem claro do que se trata (C3)
    4 – O correto é “Governo Federal” (C1)
    5 – O correto é “Ademais” (C1)

    Olá, tudo bem? Fiz a correção do seu texto com base nos critérios do ENEM. Você apresenta na sua introdução um repertório relevante e uma tese – que são essenciais para o ENEM. Nos parágrafos de desenvolvimento, você utilizou repertórios socioculturais diversos, além de ter feito uma boa relação deles com os seus argumentos. Na conclusão, é apresentado os cinco elementos necessários para obter nota máxima na competência 5. Atente-se somente aos erros apontados

    C1: 160
    C2: 200
    C3: 160
    C4: 200
    C5: 200
    Nota final: 920

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  3. A redação bastante loquaz no que tange aos argumentos, discorre acerca do tema de forma precisa. traz dados relevantes, assim embasando os argumentos. possui linguajar enriquecedor, permitindo alavancar a redação. A ressalva que tem que ser feita continue redigindo. O melhoramento no ato de redigir é redigir, então quanto mais fizer mais habilidade vai ganhar na hora de escrever.

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