A Dúvida Metódica

É evidente que a ideia central do tema se baseia em dúvidas e incertezas a partir do que sempre foi imposto como certo, e foi isso o que Descartes fez: transformar a certeza e a verdade absoluta no (provavelmente) incerto e questionável.
Desse modo, é compreensível que pelo menos naquela época fosse justificável essa onda de incertezas, talvez por conta do pouco acesso à informação? Ou simplesmente pela possibilidade de haver a descrença?
A ideia de Descartes se mostrava extremista, visando que o mesmo acreditava que tudo que até ali fora apresentado não existia. A intenção era recomeçar do zero e buscar fundamento nas coisas, mas Descartes precisava fundamentar as coisas para si ou para ter uma ressignificação para todos?
Acredita-se que a dúvida metódica, embora com ideais delicadamente revolucionários e niilistas, possa ser ofuscada por um grande conservadorismo, o que claro, não impede a reflexão de outros, mas também nem sempre faz com que certas coisas tenham um novo significado e fundamento.
Temos como exemplo de dúvida metódica algo sempre imposto pela sociedade, a existência de Deus. E ainda que haja fiéis, nota-se que Descartes possa ter sido inspiração para céticos dados como ateus. É como se ideias conservadoras e dúvidas metódicas caminhassem lado a lado, sempre haverá, e por mais que haja diversas coisas indubitavelmente dadas com certas e, sejam realmente certas, sempre terá outras incertezas que decerto têm que ser questionadas e levadas a uma reflexão. Tendo isso em vista, pode ser coerente afirmar que o acesso ou não a informação não interfira no simplesmente fato de poder desacreditar de algo.                         Portanto, o fato de se levar a questionar e a refletir é essencial, principalmente às coisas nas quais a própria intuição diz para não acreditar ou levar a sério.