A doença do século

A ansiedade é um transtorno que tem se tornado a doença do século, não só no Brasil como em todo o mundo. Mas em comparação aos outros países, o Brasil se destaca: segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), o Brasil tem a maior taxa de transtorno de ansiedade no mundo. Cerca de 18,6 milhões de brasileiros convivem e sofrem diariamente com esse transtorno.

É inevitável afirmar que vivemos em um momento de caos. Em meio a um isolamento social, muitas famílias convivem com problemas financeiros, familiares e o luto devido à perda de pessoas queridas. Isso tudo é um forte agravante para problemas psicológicos e entre eles, a ansiedade. Além do sofrimento com os sintomas que essa triste doença causa (apreensão, medo, angústia, insônia e dificuldade de concentração), sofrem também diariamente com o preconceito, este que vem muitas vezes de dentro do âmbito familiar. Visto que muitos tem em mente que doenças psicológicas e tudo que é ligado a saúde mental não deve ser tratado como doença e sim como frescura. Doenças essas que não são motivo para vergonha ou preconceito, pois a ansiedade é um problema de saúde pública e que precisa ser levado a sério como tal. Não somente o bem-estar individual deve ser levado em conta, mas também a sociedade como um todo deve se envolver nesse cuidado.

Em virtude disso, muitos pacientes se negam a fazer o tratamento, que atualmente são utilizados medicamentos que aumentam a quantidade de serotonina no organismo, dessa forma aumentando o nível de prazer e bem-estar, sendo sempre aliados com terapia, meditação e atividades físicas. A resistência do paciente também reflete o medo da dependência da medicação ou por achar que terapia é coisa de louco. Mitos e tabus que são quebrados aos poucos em uma sociedade intolerante e preconceituosa.

Portanto, medidas são necessárias para resolver esse impasse, com a intervenção do Governo Brasileiro promovendo a promoção de políticas públicas de saúde mental, iniciativas de empresas e instituições de ensino para incentivar um ambiente corporativo e escolar saudáveis, criação de campanhas culturais nas mídias sociais voltadas a necessidade do cuidado emocional e principalmente a implantação de Centros Culturais de Atenção Psicossocial, com a finalidade de oferecer tratamento para aqueles que já convivem com o transtorno. Com tais medidas implantadas, será possível o combate desta doença que assola a saúde de milhares de brasileiros.