A disseminação de imagens não autorizadas na internet e seus efeitos

Na obra “Utopia” do escritor inglês Thomas More, é retratada uma sociedade perfeita, na qual o corpo social padroniza-se pela ausência de conflitos e problemas. Conquanto, o que se observa na realidade contemporânea é o oposto, uma vez que o número de casos de vazamento de imagens íntimas na internet aumenta cada dia mais e preocupa as vítimas por se sentirem desprotegidas. Esse cenário é tanto da negligência governamental quanto da passividade da população brasileira. Diante disso, torna-se crucial a discussão desses aspectos, a fim do pleno funcionamento da sociedade.
A princípio, é imprescindível destacar que a inoperância estatal possui relação com o revés. Esse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do sociólogo Zygmunt Bauman que as descreve como presentes na sociedade, mas sem cumprirem com sua função. Sob essa ótica, a falta de políticas públicas eficazes para combater a elevação no índice de relatos e denúncias do compartilhamento de conteúdos pessoais de indivíduos sendo em sua maioria crianças e adolescentes torna ainda mais grave e preocupante em relação a integridade dos mesmos. Desse modo, não está garantido o direito à segurança segundo o artigo 6º da Constituição Federal.
Ademais, é notório abordar outro fator que é a alienação de uma parcela da população. De acordo com dados da Safernet, mais da maioria dos casos de vazamentos de imagens intimas são de mulheres. Essa situação ocorre, pois a sociedade está estagnada em não procurar ajudar, denunciar e/ou repreender a ação dessas pessoas que cometem esse crime, com essa inviabilização mantém a ausência de ações efetivas para a problemática. Como consequência, pode acarretar em danos físicos e mentais pelas situações constrangedoras e humilhações, enquanto os culpados muitas das vezes não acontece nada. Logo, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.
Portanto, medidas devem ser tomadas, então o Estatuto da Criança e do Adolescente junto com o Governo Federal- órgão responsável pela organização do pais, façam palestras nas escolas para conscientizar os estudantes e crie programas para ajudar as vítimas, além de realizar formas para denunciar casos por meio da criação de um aplicativo para auxiliar essas pessoas. Para que a teoria de Bauman não se concretize no país.