A desvalorização da ciência em questão no Brasil.

  O filme “A teoria de tudo” relata a história do genial físico Stephen Hawking e mostra que é possível ser um líder acadêmico mesmo com limitações graves, o segredo é que ele conta com o apoio e respeito da comunidade científica. Entretanto, no Brasil, observa-se que o pensamento científico é muito desvalorizado, devido à falta de incentivo desde a primeira infância e verba insuficiente para a produção tecnológica nacional. Logo, existe a necessidade de mudanças estruturais, por parte do Estado, na forma em que a ciência é vista e introduzida na população, objetivando reverter a problemática.

  Em primeira análise, constata-se que, atualmente, a ciência não é introduzida em plena infância nas escolas e, na maior parte das vezes, ainda é ensinada de forma instrumental, favorecendo a descrença do pensamento científico pela população. Esse raciocínio atua em paralelo com a afirmação do psicanalista Sigmund Freud, “O novo sempre despertou perplexidade e resistência”, visto que a realidade encontra entraves devido ao contexto educacional deficiente. Assim sendo, possibilitar o conhecimento acerca do assunto, desde a educação infantil, é primordial para que o avanço tecnológico ocorra.

Em segunda análise, é notório que o país sofre com o descaso em investimentos na área científica, deixando-o em situação de atraso e dependência. Isso ocorre porque o subdesenvolvimento do Estado não é apenas uma etapa, mas uma condição mantida pelo capital externo, levando à necessidade de subordinação a países desenvolvidos e refletindo na produção tecnológica brasileira. Tal premissa é consonante ao que anunciou o economista Celso Furtado, em seu livro “Formação econômica do Brasil”, o qual propôs uma interpretação histórica da realidade econômica e, em especial, do desenvolvimento, entendido como fruto das relações internacionais.

Evidencia-se, portanto, a necessidade da busca por caminhos que proporcionem melhorias nas infraestruturas educativas e no desenvolvimento científico. Para isso, cabe ao Governo Federal, por meio de um Decreto Federativo, estabelecer o Plano Nacional de Incentivo e Valorização do Pensamento Científico, o qual, norteado pela Base Nacional Comum Curricular, irá introduzir e incentivar o pensamento científico, crítico e criativo desde a educação de base, além de fornecer maior verba para a ampliação de tecnologias nacionais, objetivando desestruturar o ensino arcaico no país e a dependência internacional, para que, assim, a ciência seja valorizada.