A democratização do acesso ao cinema no Brasil

A Constituição Federal de 1988 prevê a todo cidadão o direito à educação, lazer e cultura. No Brasil, entretanto, grande parte da população enfrenta obstáculos ao ter acesso ao cinema em suas cidades devido à falta de investimentos do Estado e ao processo de urbanização, o que representa uma afronta direta aos direitos sociais assegurados pela Constituição Federal. Nesse sentido, convém analisar as principais causas, consequências e possíveis medidas relacionadas à falta de acessibilidade à sétima arte.

É essencial compreender que um dos grandes obstáculos para democratizar o acesso ao cinema é a falta de investimentos governamentais. Pesquisas da ANCINE apontam que o alcance do cinema é menor, principalmente, em regiões mais pobres do Norte e Nordeste, o que demonstra carência de cinemas que, consequentemente, precisa ser suprida. Nesse sentido, nota-se que a infraestrutura de cidades pequenas não é suficiente para a população, o que demonstra uma indiferença pelas áreas rurais que precisa acabar, uma vez que está impossibilitando o acesso à cultura e o limitando.

Deve-se compreender, portanto, por que populações inteiras não possuem contato direto com a cinematografia nas suas cidades. A urbanização fez com que as indústrias cinematográficas não fossem construídas de forma igualitária, uma vez que se concentraram nos centros urbanos, tornando um desafio para as classes menos privilegiadas -áreas rurais e periféricas. Tal estrutura é preocupante, uma vez que, se mudanças não ocorrerem, muitos cidadãos podem nunca ter a chance de assistir a filmes nas grandes telas.

Evidencia-se, portanto, a importância do cinema para a população e a necessidade de democratizá-lo. Para isso, o Ministério da Educação e a Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania devem se aliar à mídia, devem criar e divulgar eventos públicos e cinemas nas áreas periféricas e rurais, por meio de verbas governamentais, a fim de levar as telas do cinema para as populações excluídas e desconstruir a política de insuficiência intelectual que está presente nas regiões mais pobres. Feito isso, será capaz de desfrutar da sétima arte em todo o território nacional.