A cultura do cancelamento

Nos tempos atuais, com o contínuo e progressivo desenvolvimento dos diversos meios de comunicação e propagação de conteúdo, tem tornado-se evidente um fenômeno popularmente chamado de “Cultura do cancelamento”, que consiste-se no “boicote” deliberado por parte do público consumidor de conteúdo quanto aos produtores, conduzindo-nos a analisar os dilemas e entraves acerca de como agir quanto àquilo que não concordamos.
Em primeiro plano, pode-se citar como referencial para a elucidação desta temática o caso da criadora de conteúdo “Elora Haonne”, que passou a ser perseguida e atacada virtualmente em suas redes sociais, por diversas pessoas, ao ser denunciada por plagiar outros criadores de conteúdo, evidenciando, dessa forma, a problemática atrelada ao conceito de “liberdade de expressão” em dicotomia com “discursos de ódio”, enfatizando a necessidade de intervenção do Estado.
Justamente devido a essa ocorrência de ataques diretos ou indiretos a cidadãos “cancelados”, pode-se citar o episódio “Odiados pela nação”, da série “Black Mirror” em que há, de certa forma, uma denúncia quanto à invasão da privacidade e a violência à qual os usuários de redes sociais estão expostos, uma vez que, em tempos contemporâneos, em diversos âmbitos, privacidade e exposição confluem-se, vulnerabilizando os cidadãos que, por alguma razão, são ou não aprovados por seu comportamento.

Cabe, desta forma, ao Estado com seus respectivos aparatos legislativos, a função de fomentar a segurança virtual dos usuários da “Internet”, por meio da criação de mecanismos de filtragem de “discursos de ódio” a partir da utilização de um sistema de inteligência artificial desenvolvido por um conjunto de profissionais da área, que trabalhariam para o Estado, a favor do ordenamento virtual e buscando atribuir uma maior segurança aos usuários da “Internet”.