A cultura do cancelamento

  O Holocausto Nazista foi o genocídio de aproximadamente 6 milhões de judeus no decorrer da Segunda Guerra mundial, sendo considerado o maior assassinato em massa do século XX. Toda essa barbárie foi protagonizada exclusivamente pela ideologia nazista – liderada por Hitler – em que exterminavam os judeus que eram vistos como um ideal diferente e “cancelavam” sua cultura matando-os. Analogamente a isto, na contemporaneidade, a cultura do cancelamento está presente na sociedade de forma recorrente. Faz-se profícuo observar a ausência de empatia no que tange a liberdade de expressão e a má influência midiática como pilares fundamentais da problemática.

   Sob um primeiro enfoque, cabe avaliar a forma como a sociedade lida com os erros e às diferenças dos outros. Acerca disso, é pertinente trazer a teoria do sociólogo Zygmunt Bauman: “a superficialidade dos relacionamentos interpessoais, é um dos principais problemas da nossa sociedade.” Esse pensamento se aplica as pessoas que cancelam umas às outras de acordo com suas atitudes, uma vez que não são empáticas desrespeitando o espaço do outro e, sobretudo, a liberdade de expressão. Dessa forma, as consequências no discurso de ódio por canais de comunicação, a intolerância social e democrática são cada vez mais recorrentes na sociedade.

Faz-se mister, ainda, salientar a má influência midiática como impulsor do problema, visto que é um canal opressor quando não usado de forma saudável. Consoante o sociólogo Pierre Bourdieu, “o que foi criado para ser um instrumento de democracia, não deve ser convertido em mecanismo de opressão.” Nesse ínterim, todo indivíduo tem fácil acesso para expor o que pensa na internet e não são limitados democraticamente em seus discursos de cancelamento. Fato que embasa tal afirmativa, é o caso da cantora Anitta que ganhou mérito da música “onda diferente” na qual pertence a cantora e compositora Ludimilla, em seguida, Anitta foi cancelada nas redes sociais. Como resultado disso, pode-se concluir que esse tipo de cultura causa efeitos psicológicos e emocionais nas vítimas.

   Assim, medidas exequíveis são importantes para conter a problemática na sociedade. Necessita-se, urgentemente, que o tribunal de conta da união direcione capital que, por intermédio do Ministério da ciência, tecnologia, inovações e comunicações (MCTIC) junto ao Ministério da Saúde, será revestido em campanhas, palestras e projetos sociais. Tais ações devem ser realizadas através de publicações em rede sociais e palestras em escolas públicas e privadas a fim de tomar ciência das mazelas causadas por esse tipo de cultura. Cabe também, o surgimento de projetos psicológicos gratuitos virtuais para os que de alguma forma sofreram opressão por cancelamento. Desse modo, atenuar-se-á, de médio a longo prazo o impacto nocivo na sociedade e o ideal proposto por Hitler no século XX, de cancelar o diferente, será combatido.