A crise da representatividade na esfera política brasileira – ENEM

A violência simbólica – denominada assim pelo sociólogo Pierre Bourdieu, como conduta que inclui comportamentos voltados à exclusão moral ou econômica de grupos minoritários – é conceito pertinente para esclarecer de que modo a crise representativa na política brasileira é uma forma de exclusão às minorias. Com base nesse viés, é importante destacar a ineficácia governamental e a estratificação de classes como desafios a serem combatidos para mitigar esse problema.

Primeiramente, a Constituição Federal de 1988 é a lei básica que busca garantir a integridade dos seres vivos e do ambiente em que estão inseridos. No entanto, tal legislação não tem sido eficaz, visto que as minorias sociais, como as pessoas negras e mulheres, não estão integradas na esfera política verde-amarela, tornando-se, assim, segregados e não representados em uma área tão importante para a democracia brasileira.

Ademais, a histórica estratificação de classes no país retoma uma sociedade escravocrata e explica o preconceito ainda presente no Brasil atual. Esse cenário de exclusão e segregação de classes e minorias ratifica a obra “Subcidadania  brasileira”, do sociólogo Jessé Souza, já que o autor argumenta a respeito do “subcidadão”, ou seja, aquele que está aquém de duas garantias constitucionais. Desse modo, a minoridade não se sente representada na política democrática brasileira, tornando-os “subcidadãos”.

Portanto, é necessário que o Estado – cumprindo sua função de garantir a efetivação da Constituição Federal – junto ao Poder Legislativo, por intermédio da formação de leis, elabore novas legislações que visem tornar obrigatória a inclusão de, pelo menos, 50% de cada minoria no congresso brasileiro, a fim de mitigar a crise da representatividade na esfera política do Brasil.