A crise da mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras

No poema “Canção do Exílio”, escrito por Gonçalves Dias durante o período romântico brasileiro, é apresentado um saudosismo para com a pátria natal do autor, essa que é retratada de uma maneira utópica, sendo a idealização de um Brasil perfeito e harmonioso. Entretanto, quando se observa a deficiência de medidas contra a crise de mobilidade urbana nas grandes cidades,  percebe-se que o panorama concebido por Dias em seu poema não se aplica na realidade da sociedade brasiliense. Dessa maneira, é notório que tal cenário antagônico é fruto tanto da inoperância governamental quanto da educacional. Nesse aspecto, é fundamental a discussão desses quadros a fim do pleno funcionamento da sociedade.

Nessa perspectiva, é lícito pontuar o descaso do regime político no que diz respeito a perpetuação do revés. Assim, segundo a teoria do “Contrato Social” do filósofo Thomas Hobbes, é dever do Estado garantir os serviços necessários para o bem-estar da nação. Porém, identifica-se um rompimento na conjuntura estabelecida pelo estudioso, visto que o Governo investe de maneira mínima em projetos e campanhas voltados para a aproximação da sociedade a respeito dos entraves gerados pela difícil mobilidade nos centros urbanos. Nesse ínterim, a passividade governamental é indiscutível.

É necessário, ademais, a analise de uma má formação socioeducacional como agravante da problemática. Nesse sentido, à luz do filósofo prussiano Immanuel Kant, “o ser humano é aquilo que a educação faz dele”. Desse modo, nota-se que tal pensamento é válido no hodierno, já que a escola não tem cumprido seu papel no sentido de reverter os problemas associados a mobilidade dos grandes centros populacionais . Isso porque, não está trazendo às salas de aula conteúdos que ajam na erradicação do empecilho. Logo, tudo isso retarda a resolução desse obstáculo.

Portanto, medidas são necessárias para a atenuar a crise da mobilidade urbana nas grandes cidades brasileiras. Para isso, o Ministério da Educação e Cultura (MEC)  – órgão responsável pelas diretrizes referentes a educação – deve criar, por meio do redirecionamento de verbas governamentais, campanhas de conscientização no ambiente escolar, com a finalidade de solucionar a lacuna educacional presente no contexto da mobilidade urbana. Também, cabe ao Ministério da Cidadania, realizar atividades para o combate à problemática, dando fim a inoperância governamental. Somente assim, consolidar-se-á uma pátria verde e amarela digna do orgulho presente no poema de Gonçalves Dias.