A frase “nenhum homem é uma ilha”, escrita pelo poeta inglês John Donne, representa o contexto global hodierno, uma vez que a internet tornou-se palco para a interação social e a difusão da informação. Todavia, apesar do conhecimento estar a alguns cliques de distância, percebe-se que no Brasil versa-se mais ao campo das opiniões do que às pesquisas validadas pelo método científico. Tal realidade, marcada pela relativização da verdade, não só é fomentada pela desconfiança em relação aos meios de comunicação, como também pela tentativa de isolamento a que parte da população se submete ao defender o que gostaria que fosse verídico. Nesse sentido, nota-se no país uma lamentável descrença na ciência, o que, por conseguinte, acarreta na desvalorização das universidades e na propagação da desinformação. Assim, visto a complexidade que permeia esse cenário, é preciso analisar os fatores que favorecem a persistência do descrédito na produção científica e as implicações dessa problemática na sociedade brasileira.
Desse modo, em primeiro plano, é preciso salientar que a desconfiança em relação às informações científicas veiculadas está relacionada a intensa circulação de notícias falsas nas redes sociais. Assim, quando toda fonte de conhecimento parece passível de manipulação, o homem, de acordo com o sofista Protágoras, passa a ser a medida de todas as coisas, pois elegerá o que é verídico. Logo, tal escolha torna-se exclusiva e, de maneira semelhante ao filme “A caixa de pássaros”, parte dos internautas opta por colocar uma venda e desvincular-se da situação vivenciada no meio externo.
Consequentemente, a ciência vê o seu declínio na sociedade brasileira, uma vez que segundo pesquisas do instituto Gallup, 73% dos entrevistados afirmam desconfiar do conhecimento científico. Por conseguinte, nota-se a crescente desvalorização das universidades públicas e de pesquisas acadêmicas vide a passividade frente ao corte de bolsas e à precarização de estruturas. Deste modo, é notável a presença de um ciclo, tendo em vista a relação entre a relativização da verdade e a decadência científica. Portanto, observa-se que medidas devem ser tomadas para remediar este cenário nefasto.
Portanto, é preciso uma maior transparência da comunidade científica. Assim, urge que as reitorias estimulem a realização de eventos que visem integrar a sociedade com as universidades e denotar a importância da esfera acadêmica, por meio de palestras e visitações. Só assim, o brasileiro de fato deixará de ser uma ilha como o poeta John Donne preconizava.
Tâmara05
Eu adorei sua redação.
C1:200( não encontrei nenhum erro de português)
C2:200 (segue o padrão de texto dissertativo argumentativo)
C3:200( têm repertório cultural)
C4:200(coesão e coerência perfeito)
C5:200(gostei como você retomou o 1 parágrafo )
Total: 1000 pontos
Larissa_psi
Olá, primeiramente parabéns pela redação, achei que ficou muito boa. Infelizmente eu não tenho as melhores competências para avaliar seu trabalho, mas irei fazer alguns comentários que podem ser interessantes para você. Ok?! Bora lá então.
Primeiro parágrafo: achei bem rico de conteúdos e referências, continue assim. Porém, o tamanho do parágrafo (11 linhas) é desproporcional com os demais, seria interessante deixá-lo menor. Outra questão que deve ter um destaque são os usos dos pronomes átonos, atentar-se mais a eles, pois ao colocar a frase em ordem direta o pronome é proclítico, por exemplo “percebe-se que se versa mais ao campo das opiniões do que às pesquisas validadas pelo método científico, em território brasileiro”.
Segundo parágrafo: maravilhoso esse parágrafo, muito bom mesmo. Achei que citando o filósofo e o filme enriqueceram muito sua redação.
Terceiro parágrafo: o mesmo comentário supracitado, faço neste também. Contudo, apenas um detalhe, ao final você coloca “decadência científica”, apesar de eu ter entendido a ideia, penso que trocar a palavra “decadência” seria melhor, pois traz uma ideia ambígua da forma que está. Uma alternativa seria “e a decadência relacionada a confiança na ciencia”.
Quarto parágrafo: gostei deste final, contudo achei ele muito sintetizado. Uma possibilidade é retomar o que foi pensado na introdução e depois colocar a intervenção, respondendo: o que vai ser feito? Quem vai fazer? Como vai fazer? Quais instrumentos?
Observações gerais: Seu repertório é muito bom, parabéns! Só chamaria sua atenção para a estrutura dos parágrafos (número de linhas, por exemplo) e tentar desenvolver mais a conclusão.
Desculpa se algum comentário meu desmereceu seu trabalho ou te deixou chateado, não foi minha intenção. Desejo sucesso em seus sonhos, até mais! :)
gabriel.augz
Olá. Irei apontar alguns detalhes na sua redação.
A frase “nenhum homem é uma ilha”, escrita pelo poeta inglês John Donne, representa o contexto global hodierno, uma vez que a internet tornou-se palco para a interação social e a difusão da informação. Todavia, apesar do conhecimento estar a alguns cliques de distância, percebe-se que no Brasil versa-se mais ao campo das opiniões do que às pesquisas validadas pelo método científico. Tal realidade, marcada pela relativização da verdade, não só é fomentada pela desconfiança em relação aos meios de comunicação, como também pela tentativa de isolamento a que parte da população se submete ao defender o que gostaria que fosse verídico. Nesse sentido, nota-se no país uma lamentável descrença na ciência, o que, por conseguinte, acarreta na desvalorização das universidades e na propagação da desinformação. Assim, visto a complexidade que permeia esse cenário, é preciso analisar os fatores que favorecem a persistência do descrédito na produção científica e as implicações dessa problemática na sociedade brasileira.
*Não encontrei nenhum erro necessariamente, porém esse seu parágrafo de introdução está enorme. Dava para você ter “enxugado” bastante esse parágrafo. Normalmente, os parágrafos de desenvolvimento que são um pouco maiores que o de introdução, e não o contrário como você fez. Isso não seria necessariamente um erro, mas foge da “fórmula” que o ENEM prefere e você perde linhas para desenvolver no segundo e terceiro parágrafo.
Desse modo, em primeiro plano, é preciso salientar que a desconfiança em relação às(1) informações científicas veiculadas está relacionada a intensa circulação de notícias falsas nas redes sociais. Assim, quando toda fonte de conhecimento parece passível de manipulação, o homem, de acordo com o sofista Protágoras, passa a ser a medida de todas as coisas, pois elegerá o que é verídico. Logo, tal escolha torna-se exclusiva e, de maneira semelhante ao filme “A caixa de pássaros”, parte dos internautas opta por colocar uma venda e desvincular-se da situação vivenciada no meio externo.
(1) Creio que não viria crase aqui.
*Ok, bom desenvolvimento com referência ao Protágoras e Bird Box. Porém, poderia ter se aprofundado mais em alguma dessas referências e ter construído melhor seu argumento nesse parágrafo. No geral, está bom.
Consequentemente, a ciência vê o seu declínio na sociedade brasileira, uma vez que segundo pesquisas do instituto Gallup, 73% dos entrevistados afirmam desconfiar do conhecimento científico. Por conseguinte, nota-se a crescente desvalorização das universidades públicas e de pesquisas acadêmicas vide a passividade frente ao corte de bolsas e à precarização de estruturas. Deste modo, é notável a presença de um ciclo, tendo em vista a relação entre a relativização da verdade e a decadência científica. Portanto, observa-se que medidas devem ser tomadas para remediar este cenário nefasto.
*Desenvolvimento ok, porém eu diria que teve algumas inconsistências e falta de aprofundamento. Por exemplo, qual a relação dos entrevistados não acreditarem no conhecimento científico com uma suposta passividade ao corte de bolsas e orçamento nas universidades? Não acredito que houve passividade também, pois ocorreram diversas manifestações acerca desse tema — envolvendo tanto estudantes como professores. Entendi o seu ponto, mas faltou aprofundá-lo, entende?
Portanto, é preciso uma maior transparência da comunidade científica. Assim, urge que as reitorias(agente) estimulem a realização de eventos que visem integrar a sociedade com as universidades(ação) e denotar a importância da esfera acadêmica(finalidade?), por meio de palestras e visitações(modo). Só assim, o brasileiro de fato deixará de ser uma ilha como o poeta John Donne preconizava.
*Proposta de intervenção incompleta, ficando a “finalidade/efeito” não tão evidente e faltando também o detalhamento da proposta. Esse parágrafo ficou também bem curto, você poderia ter desenvolvido ele melhor.
*No geral, você escreve muito bem e entende o que o ENEM quer. Porém, precisa dar importância aos outros parágrafos também! Você focou muito na introdução — que honestamente está muito bem escrita e desenvolvida — porém pecou nos outros parágrafos, tanto em quantidade como na qualidade. Não é viável, tanto para a redação p/ o ENEM quanto para o tempo de prova, fazer uma introdução tão grande e reduzir os outros parágrafos, pois sinceramente você não iria ganhar nada com isso.
C1: 160
C2: 120
C3: 160
C4: 200
C5: 120
Total: 760 (pode ser mais ou menos, a nota é apenas uma aproximação do que eu acredito que poderia ser a real).
Parabéns, e continue treinando!