A cinematografia no Brasil

O Artigo 215 da Constituição da República Federativa do Brasil assegura, defende e incentiva a disseminação  sociocultural através de manifestações artísticas. As produções cinematográficas estão inclusas no Artigo em questão e são canais em potencial para a propagação das diversas culturas que regem a nação brasileira. No entanto, é inegável que há a centralização dos cinemas nas grandes capitais e o  prejuízo cultural aos moradores que moram afastados desses locais é inerente a esse problema.

A priori, é importante destacar os importantes marcos culturais que a cinematografia trouxe ao mundo; a exemplo disso tem-se o filme “Filhas do Pó”, lançado em 1991, que manifestou e enalteceu a cultura africana em seu enredo. Cita-se também “O Auto da Compadecida”, lançado em 2000,  conhecido por ser uma sátira social, traz consigo assuntos relacionados à moral, ética e sociedade de uma cidade do Nordeste. Outrossim, “A Turma da Mônica” aborda assuntos como ansiedade, bullying, luto, medo e as emoções encaradas na adolescência. As produções destacadas são referenciadas em suas grandes influências sobre os espectadores; seja difundindo diferentes culturas, criticando organizações sociológicas ou discutindo os diversos sentimentos e problemas vivenciados na adolescência. 

Entretanto, o advento cinematográfico no Brasil foi estabelecido nas grandes capitais, isso porque, segundo Manoel Rangel – presidente da Agência Nacional do Cinema – os pequenos municípios não têm infraestrutura e tampouco pilar econômico para sustentar o cinema. Dessa maneira, tem-se a consequência que suscita a precariedade de acesso aos moradores das localidades periféricas e afastadas. A problemática em questão é caracterizada pela ineficácia da disseminação cultural que o cinema oferece. Ademais, os impactos causados por isso não são inócuos só para a população mas para as diversas culturas que merecem ser disseminadas e levadas às telas do cinema. 

Em face do exposto é interessante que o Ministério da Educação atue junto com a Agência Nacional do Cinema para a implantação de uma disciplina, nas escolas, voltada aos conhecimentos artísticos e cinematográficos, dessa forma os estudantes terão um amplo conhecimento acerca das diversidades culturais. Além disso, as instituições de ensino das cidades mais afastadas podem realizar excursões até os cinemas, disponibilizando a oportunidade à comunidade externa também, a fim de apresentarem o espaço e filme aos espectadores. Dessa maneira, o Artigo 215 da Constituição da República Federativa do Brasil estará sendo exercido plenamente respeitando a pluralidade social.