A CIÊNCIA NO COMBATE ÀS GRANDES EPIDEMIAS

 Em sua obra “O mundo assombrado pelos demônios”, o cientista, ativista e escritor, Carl Sagan, declara que a ciência, em consequência de seus métodos empíricos e não dogmáticos, permitiu o avanço na qualidade de vida em todo o globo, inclusive no tocante à saúde pública e no controle de epidemias, como por exemplo, o controle da varíola. No entanto, no Brasil, a ciência enfrenta um âmbito de constante desestímulo, refutação e também negligência financeira por parte da União, colocando em risco, entre tantos aspectos, a saúde de sua população. 

  As descobertas científicas são de fundamental relevância para a manutenção e aumento da longevidade dos brasileiros. Dentre tais descobertas, destacam-se os estudos microbiológicos de Carlos Chagas, médico sanitarista responsável por evidenciar o ciclo etiológico do protozoário parasita trypanosoma cruzi, agente causador da doença de chagas. Com seus estudos, foi possível o desenvolvimento de medidas de prevenção e portanto, diminuir os casos da patologia no país. Esse acontecimento demonstra os reflexos práticos, positivos e a necessidade de investimentos na ciência para se obter o controle de epidemias. 

  Apesar da eminente importância no combate às epidemias, a ciência e a pesquisa brasileira encontram empecilhos em seu avanço: Em 2019, cerca de 11,000 bolsas de produção científica, oferecidas pela CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de Nível Superior), foram cortadas pelo Ministério da Educação (MEC), o que prejudica inúmeros estudos em andamento, inclusive os estudos relacionados à saúde pública. 

   É explícita, portanto, a necessidade de investimentos científicos para que ocorra o constante aperfeiçoamento no combate às epidemias. Por conseguinte, é necessário maior investimento e incentivo à ciência brasileira, por iniciativa e verba pública. Cabe ao ministério da educação (MEC), em associação com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), subsidiar os cientistas em aperfeiçoamento, mantendo suas bolsas de estudo. Além disso, deve ser ofertado às universidades públicas todo o mecanismo necessário para a realização de estudos que venham a beneficiar a população, especialmente na área de prevenção e combate às epidemias. Essas medidas irão corroborar para a manutenção do direito à educação e o consequente direito à saúde, previstos na constituição brasileira.