A banalização de cirurgias plásticas

“A beleza dói,a perfeição é a doença da nação”. A célebre canção “Pretty hurts”, da cantora americana Beyoncé, retrata em sua melodia as imposições de padrões sob a mulher do século XXI, as quais determinam a intensa procura por cirurgias plásticas. Nesse sentido, a sociedade torna-se doente na tentativa de atingir a perfeição,algo que é irreal e superficial. Faz-se válido, então, entender as motivações para a banalização de intervenções no corpo entre a população brasileira.

O primeiro aspecto a se considerar é que, o maior desafio no meio das cirurgias no país tem sido gerado por uma sociedade ,ainda, com mentalidade voltada ao crescimento econômico individual.De acordo com a Sociedade Internacional de Cirurgias Plásticas Para Fins Estéticos, o Brasil é o 2º país que mais realiza procedimentos, ficando atrás apenas dos USA. Isso ocorre porque, a visão predominantemente mercantilista, principalmente das redes sociais, plataformas que influenciam uma gama de internautas com os “filtros de beleza” no instagram,faz com que a prioridade seja a realização de procedimentos estéticos com frequência e, consequentemente, o lucro entre os cirurgiõs plásticos.

Ademais, outro fator corroborante para o imbróglio é a romantização de problemas sociais. Na obra “O retrato de Dorian Grey”, romance do escritor Oscar Wilde, representa o culto à beleza ao pintar um jovem extraordinariamente belo e, durante o século XIX, ser um exemplo de estética. Por esse viés, na atualidade, os brasileiros realizam cada vez mais operações e as normalizam, sem identificar os perigos e efeitos colaterais que podem sofrer. Com isso, é narrado algo idealizado e distante da realidade, como forma de esconder os verdadeiros problemas. A prova disso, é a nova onda de padronização em 2020, a lipolad- cirurgia invasiva de retirada e inxerção de gorduras- que ganhou bastante adeptos influenciados digitalmente por famosos.

Infere-se, portanto, uma tomada de medidas para distorcer a banalidade de cirurgias estéticas. O Ministério da Saúde, em parceria com a imprensa socialmente engajada, discuta as grandes prolemáticas de realizações excessivas de procedimentos físicos, por meio de palestras em horário nobre da televisão brasileira e em plataformas digitais- com a presença de profissionais de saúde e casos que deram errados e que são irreversíveis, a fim de que a população adquira conscientização das consequências adquiridas por tais invasões. Afinal, é chegada a hora de que a beleza não custe a dor, como escrita na letra da música norte-americana.