a banalização das cirurgias plásticas

Sob a perspectiva do filósofo Michel Foucault, “O homem é uma invenção recente”. Nesse viés, tem-se a indução de condutas sociais e comportamentais no indivíduo e a inserção deste em um ideal de “normalidade”. Tal conjuntura, corrobora a banalização das cirurgias plásticas, com o fito de atender aos padrões estéticos.

Ademais, tem-se o Mito de Narciso, com origem na mitologia grega, o qual retrata a obsessão estética, visto que, apresenta-se um protagonista obcecado por sua própria aparência, o que culmina em sua morte por afogamento ao admirar o próprio reflexo em um lago. De forma análoga, com o advento das redes sociais, é recorrente à propagação de padrões de beleza ideais, muitas vezes, difundidos por digitais “influencers” e artistas como pressupostos para a felicidade e realização pessoal. Nesse viés, a banalização e o incentivo às cirurgias plásticas culmina no aumento da pressão estética, o que corrobora riscos à saúde, visto que, submete o indivíduo a procedimentos cada vez mais arriscados e invasivos.

Outrossim, de acordo com o filósofo Arthur Schopenhauer, o indivíduo é movido pela recorrência de desejos e anseios como pressupostos para a felicidade, o que culmina, mais tarde, em angústia e frustração. Por conseguinte, no âmbito virtual, é notória a padronização estética, na qual os indivíduos são reduzidos aos atributos físicos, como corpos definidos e rostos harmonizados, sob a falsa sensação de pertencimento. Nesse viés, tem-se a indução de condutas sociais e comportamentais, que contribui na vulgarização dos riscos dos procedimentos cirúrgicos e em uma crescente necessidade de aceitação social.

Em suma, é notória a precariedade da banalização das cirurgias plásticas nas redes sociais. Nesse viés, é imprescindível a participação do Ministério da Saúde na orientação profissional sobre a necessidade e viabilidade destes procedimentos. Tais ações podem ser efetivadas por meio da disponibilização de profissionais capacitados no Sistema Único de Saúde (SUS) e palestras que visem a conscientização do indivíduo. Dessa forma, pode ser possível uma maior seguridade salutar às pessoas submetidas à pressão estética no âmbito virtual.