A banalidade dos procedimentos estéticos: padrões de beleza no Brasil.

Na série “Insantiable” é retratado um cenário marcado por padrões de beleza, no qual aqueles que não os seguem são vítimas de preconceito. Paralelamente à obra, encontra-se a realidade vivida no Brasil, visto que é cada vez mais recorrente o uso de procedimentos estéticos, assim como na obra, para cumprir os ideais de beleza impostos pela sociedade. Desse modo, a participação da mídia em criar e divulgar ideais de perfeição e a falta de acesso a acompanhamento psicológico que tentem minimizar os impactos da comparação se tornam aspectos relevantes para a problemática.

Primeiramente, é válido destacar que a atuação da mídia em propagar e impor visões de corpos perfeitos corrobora para a temática. Sob esse viés, assim como relatado na série “Turma da Mônica: A série”, os cidadãos se vêm obrigados a demonstrar condutas e o físico excelente para que tenham prestígios no corpo social. Entretanto, tal preceito é errôneo, pois, tal qual na obra cinematográfica, nenhum indivíduo é perfeito. Logo, com esses pensamentos, os brasileiros recorrem às ferramentas estéticas, como, dietas insanas, que podem os ocasionar danos à saúde.

Ademais, a ausência de assistência de profissionais capacitados em combater mazelas associados à comparação colabora para a problemática. Diante disso, segundo o Artigo 6.º da Constituição Federal Brasileira de 1988, todo cidadão brasileiro tem direito à saúde. No entanto, tal lei não está sendo plenamente cumprida, uma vez que a não garantia de atendimento psicológico adequado desencadeia uma política de comparação com modelos e atrizes e prejudica a saúde mental e física dos indivíduos. Dessa forma, a atenção dada aos fatores supracitados poderá contribuir de maneira qualitativa na vida dos cidadãos brasileiros.

Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Cabe à Mídia – forte ferramenta de criação e aprimoramento de pensamentos – criar divulgações que relatam experiências com pessoas que já tiveram ou ainda têm problemas com estética, além de divulgar programas de atendimento psicológico gratuito por meio de parcerias com influenciadores digitais e o Ministério da Saúde com a finalidade de promover a identificação com essas histórias e o respeito por todas as formas de corpos. Quiçá, nessa via, o Brasil não tenderá a repetir os mesmos erros do seriado “Insantiable” e os procedimentos estéticos deixarão de ser algo “comum” no país.