A arte tem o direto de questionar tudo?

  • 1

No filme “O cidadão ilustre”, é retratado como a sociedade se revolta contra a arte e quer impor limites a mesma, quando ela critica os padrões de vida impostos, a fim de encobrir as mazelas sociais. Nesse sentido, a narrativa foca na trajetória de Daniel, um escritor que, ao voltar à cidade onde nasceu e que inspirou a maioria de seus livros, é extremamente julgado e perseguido por suas histórias serem mal interpretadas pelos leitores do povoado. Fora da ficção, quando analisada a censura que a exposição de arte “QueerMuseu” sofreu, fica claro que a realidade apresentada no longa pode ser relacionada ao século XXI. Esse cenário é fruto não só dos padrões artísticos enraizados na sociedade, como também da alienação sofrida pelos indivíduos.

Em primeiro lugar, é importante destacar que a arte passa por transformações para quebrar limites impostos. Durante o Renascimento, o mundo passou por diversas transformações e foi marcado por um maior desenvolvimento das artes em geral, deixando a estrutura romanesca, gótica e teocêntrica da Idade Média para criticar os acontecimentos sociais e recuperar o modelo clássico. Nesse sentido, é possível desvencilhar que, da mesma forma que Bosh rompeu com o ideal teocentrico e criticou a igreja em sua obra renascentista “O Jardim das Delícias Terrenas”, as obras expostas no QueerMuseu, buscavam se desprender das artes impostas como corretas no século XXI, para representar problemas sociais graves que são pouco discutidos, como zoofilia, homofobia e pedofilia, e por isso, são condenadas à censura. Sendo assim, o ideal de arte existente impede que outras formas de expressão sejam aceitas.

Por conseguinte, presencia-se que os indivíduos não possuem um olhar crítico para interpretar as artes que vão contra seus ideais. Em um trecho do longa, por exemplo, Daniel estava escolhendo a “melhor arte” para a exposição do pequeno povoado e, ao recusar todos os quadros que representavam traços perfeitos, é ameaçado e repudiado pelos moradores. Paralelamente, essa é a situação sofrida pelos artistas do QueerMuseu, pois o público é alienado por dizeres teologicos e não são capazes de aceitar visões que critiquem e abandonem a representação de artes “felizes”.

Portanto, é mister que o Estado tome providências para mitigar o quadro atual. Para que a arte não sofra censuras e seja compreendida, urge que o Ministério da Educação crie, por meio de verbas governamentais, palestras e campanhas publicitárias nas quais detalhem o valor da arte e advitam os interlocutores sobre os perigos da alienação e sobre o direito da arte de criticar a sociedade em que está inserida, sugerindo ao internauta que estude para adquirir um olhar crítico e ser capaz de compreender as mensagens transmitidas pelas obras. Assim, espera-se que as artes não sofram censuras e que os artistas não sejam perseguidos, como Daniel em “O Cidadão Ilustre”.

Compartilhar

2 Correções

  1. ~ INTRODUÇAO

    “a mesma” não está retomando o termo anterior, “mesmo” é pronome demonstrativo, troque por um pronome pessoal ou relativo (ela, a qual).

    Introdução grande demais, mas bem articulada, apresenta duas teses (projeto de texto) e bom uso de conectivos, o “Fora de ficção” tá perfeito.

    ~ DESENVOLVIMENTO 1

    “Em primeiro lugar” e começa com tópico frasal, SHOW.

    Repertório tá show também, é válido (contexto histórico), é pertinente (relacionada à arte) e é produtivo (você faz um paralelo com um acontecimento recente e contribui na argumentação), além disso você também argumenta com seu ponto de vista, apesar de ser um pequeno período.

    Os conectivos foram bem utilizados nesse parágrafo.

    ~ DESENVOLVIMENTO 2

    “Por conseguinte” dá uma ideia de consequência, retoma o parágrafo anterior, porém não acho que seria o conectivo mais adequado, pois dá o entender que todo esse parágrafo é consequência do 2º, portanto, da 1º tese, sendo que esse parágrafo deve argumentar sobre sua outra tese.

    Tópico frasal.

    Deu seu ponto vista, ótimo.

    Você usa “longa” como sinônimo de filme e retoma a citação da introdução e do primeiro parágrafo, mostrando a fluidez que seu texto possui, mas ficou bem repetitivo, já que esta citação está presente em todos os parágrafos.

    Nele há também uma quebra de estrutura, você troca a consequência por um paralelo, todavia ainda se mantêm sua opinião, acredito que seria melhor manter a estrutura já que isto entra no projeto de texto.

    ~ CONCLUSÃO

    MUIIITO BOAA, um detalhamento de outro nível, agente, objetivo, como e o quê, perfeito.

    Retoma todo o texto no primeiro período e a introdução no último.

    Há alguns erros de gramática no texto que eu não apontei, mas no geral tá uma ótima redação, só corrigir alguns mínimos detalhes que terá um notão.

    • 1
  2. • INTRODUÇÃO
    – contextualização muuuuito longa!
    Dica:
    > No filme “O cidadão ilustre” retrata a revolta da sociedade contra a arte e impõe limites sobre a expressão, na qual critica os padrões de vida impostos, a fim de encobrir as mazelas sociais. <
    – tese clara e objetiva!

    • DESENVOLVIMENTO 1 e 2
    – suas ideias são ótimas, porém seus parágrafos estão bem expositivos e pouco argumentativos.
    – apresenta erros gramaticais, como vírgulas inadequadas.

    • CONCLUSÃO
    – você citou o Estado no tópico frasal. E logo após você citou o Ministério da Educação para solucionar o problema. Bom, o Ministério da Educação faz parte do governo e não do estado!
    * UOU, que conclusão!
    – Muito bem elaborada, bastante clara e objetiva. Além de apresentar os 5 elementos essenciais. MEUS PARABÉNS!
    – se não fosse o erro do Estado, com certeza tiraria 200 na competência V.
    – apresenta algumas inadequações de vírgulas, mas o balanço é bem positivo!

    • 0

Você precisa fazer login para adicionar uma correção.