A 4ª Revolução Industrial e as profissões do futuro no Brasil

O roteiro da animação “Os Jetsons”, de 1962, suscita a imagem de um futuro altamente tecnológico, com carros voadores, robôs inteligentes e, até mesmo, máquinas que suprem a necessidade de luz solar. Apesar da aparente visão utópica à época, o ser humano passou a experimentar, sobretudo com o advento das revoluções industriais, uma verdadeira transformação técnico-científica que trouxe consigo muitas inovações e oportunidades de trabalho, bem como impactos socioambientais. Para tanto, é crucial que as tecnologias sejam difundidas e aplicadas de forma positiva aos indivíduos e ao meio.
Na era da digitalização, percebe-se que o mercado de atividades está diretamente marcado pelo crescimento do setor da tecnologia da informação. O Banco Mundial projeta a criação de mais de 400 mil postos de trabalho até 2024 nesse setor, o que indica, por um lado, uma tendência de contínua diversificação computacional e, por outro, a suscetibilidade de vagas de empregos à robotização e à automação. Com isso, profissões alinhadas ao desenvolvimento de softwares, por exemplo, propendem a ganhar espaço no mercado, enquanto outras, ditas “previsíveis”, acabarão eximidas e substituídas por algoritmos matemáticos, como aponta o gestor financeiro John Pugliano.
Ademais, à medida que novas tecnologias são descobertas e/ou aprimoradas, a ação sobre o meio é, potencialmente, acentuada. Por ano, todo o planeta produz cerca de 53 milhões de toneladas de lixo eletrônico. Perante esse impacto natural atual e ulterior, a gestão de resíduos desponta como nova profissão, aliada de grandes empresas na minimização da produção de lixo e na preservação da saúde pública. Visto que o Fundo Mundial Econômico (FME) afirma que 65% das crianças trabalharão em ofícios, hoje, inexistentes, cabe pensar a gestão residual como uma das possíveis “profissões do futuro”, frente aos desdobramentos da 4ª Revolução Industrial.
À luz das considerações supracitadas, a nova era tecnológica tem de acrescentar ao ser humano e não subtrai-lo. Nesta perspectiva, governos e instituições devem investir na educação técnica e profissionalizante, de modo que, já na sala de aula, os alunos adquiram conhecimentos informáticos e se inteirem a respeito das inteligências artificiais, das inovações tecnológicas vigentes e do processo empreendedor, possibilitando que, mais adiante, ao buscarem o ingresso trabalhista, estejam capacitados e passíveis à adaptação, diante das inerentes transformações do mercado e do mundo, estimulando uma desaceleração da automatização desenfreada.