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Fake news – Carta para uma pesquisadora

Fake news – Carta para uma pesquisadora

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Coloque-se no lugar de um estudante de ensino médio que, após ler a entrevista de Pollyana Ferrari, publicada na revista Carta Escola, decide escrever uma carta para a pesquisadora. Nesta carta, você deve:

  1. Apresentar a motivação que a fez escrever a carta;
  2. Explicar o que compreende por fake news;
  3. Discutir os problemas gerados pelas fake news, apontados pela pesquisadora, apresentando suas consequências sociais.

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Texto-base 

Carta Educação: Há como mensurar o início das fake news? Vivemos uma ascensão das notícias falsas?

Pollyana Ferrari: “As fake news sempre existiram. No meu livro eu cito relatos e resumos de jornais fake desde Roma Antiga. Então não é que a gente não tinha, sempre tivemos a imprensa marrom, o próprio Cidadão Kane, de 1941, é um exemplo, bem como a Guerra dos Mundos, de Orson Welles. Não estamos diante de um fenômeno novo, que começa em 2016. O que temos de considerar é a questão da escala.

O que mudou é a questão da escala. Com as redes sociais, basicamente as temos há 14 anos, todo mundo ganhou voz, temos produção de conteúdo via celulares, blogs, influenciadores digitais. E, veja, eu não sou contra esse movimento, é positivo termos outras vozes para além da grande mídia. A questão é que nos grandes veículos há etapas de apuração de informação, um mínimo de checagem, independentemente da linha editorial que sigam. Não estou falando de viés político, mas de etapas de apuração. Com a pulverização, isso se perde. E, sim, estamos em um momento de ascensão das fake news, o que é muito preocupante.

CE: Qual a relação entre fake news e pós verdade?

PF: A pós verdade aponta para uma sociedade informacional que compartilha personas digitais, desejos que não tem lastro com o real. Vejo que às vezes as pessoas até têm dimensão de que determinada informação é falsa, mas como isso vai ao encontro do seu desejo, ela compartilha.

CE: Como isso ganha força e pode ser prejudicial no contexto digital da Internet e das redes sociais?

PF: Vamos imaginar duas situações. Um jovem, adaptado à presença nessas plataformas e que acredita mais nos seus amigos e na sua timeline do que nos veículos e até em seu professor. Agora, o idoso que, por sua vez, não está acostumado com a presença digital e que vinha de uma relação com a informação em que se preservava uma checagem mínima. Isso parece inofensivo, mas quando consideramos que só no Facebook há dois bilhões de pessoas, é preocupante. Isso sem contar os aplicativos de mensagens instantâneas, como o Whatsapp, um dos mais utilizados pelos brasileiros e um dos disseminadores de fake news em potencial. O que estou querendo dizer é que, geralmente, o dedo é mais rápido que o cérebro, se compartilha muita coisa sem checar informação, sem questionar de onde vem a foto, o vídeo. É preciso ter senso crítico e questionar o que se recebe.

CE: Quais são os riscos das fake news?

PF: Em 2014, Fabiane de Jesus foi linchada no Guarujá, litoral de São Paulo, por ser acusada de praticar magia negra com crianças. A informação era falsa, era um boato de internet. Quando se dissemina uma inverdade, com o intuito de prejudicar alguém, se perde a dimensão desse impacto. Depois que se espalha, você pode até tirar a informação do ar, mas às vezes os casos são incontornáveis. Recentemente, tivemos o caso da vereadora Marielle. Quantas vezes foi preciso repetir que ela não era amante de um traficante para que essa informação voltasse para a memória das pessoas de novo? Porque aí a maldade se espalha, se comenta no ônibus, no bar e não se checa a retratação posterior. É preciso muito cuidado, uma informação mentirosa pode destruir a vida de alguém, uma reputação, acabar com uma empresa, uma escola, uma família.

CE: Quem são os maiores produtores de fake news hoje?

PF: Temos escritórios e grupos que ganham dinheiro com as fake news, mas eles representam 30% da veiculação de informações falsas. A maior parte vem das pessoas que propagam pequenas mentiras, embasadas em ódio por não pactuarem com determinada ideologia, ou conteúdos inaproriados que visam a perseguição de determinados grupos ou indivíduos, por exemplo, o vazamento de fotos por Bullying. Esse movimento é maior e assustador. E por quê eu digo isso? Porque uma vez localizado o escritório, por exemplo, é possível recorrer à Lei e punir por uma eventual injúria, calúnia ou difamação. Agora, o que fazer com quem compartilha pequenas ou grandes mentiras pelas redes e grupos? Quem começou a dizer que a Fabiane de Jesus era a mulher que fazia magia negra? Como saber de quem parte essa informação no Whatsapp? Ninguém foi preso  no caso porque não se sabe quem começou.

CE: Quais são os caminhos para barrar essas disseminações do ponto de vista legal?

PF: As agências de checagem têm atuado como um respiro mundial nesse universo. Os algoritmos de checagem são necessários, mas sempre serão insuficientes se não houver educação e mudança de comportamento. Quantas agências Lupa e Aos Fatos seriam necessárias para dar conta de uma eleição num país em que pelo menos 140 milhões de pessoas vão votar?

Outro ponto é em relação às plataformas de divulgação que também têm colocado seus algoritmos de checagem. Essas empresas são sim responsáveis por esse volume de dados, e precisam ter políticas claras de checagem. Isso, no entanto, é novo e está em construção no mundo. Temos visto esforços na Alemanha, na França, Argentina e aqui no Brasil também com discussões pelo Tribunal Superior Eleitoral e Senado. É um momento rico de discussão, da sociedade pressionar por políticas mais claras e também de termos cuidado com os contornos das leis, para que vire censura para tudo. (Disponível em http://www.cartaeducacao.com.br/entrevistas/como-sair-das-bolhas/. Acesso em 25 abr. 2018)

 

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