Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil

   A questão da intolerância religiosa, apesar de ser amplamente discutido, é um problema muito expressivo no Brasil.  A gravidade da situação é evidenciada pelo dado da Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República: 20% dos casos relatados em 2013 envolveram violência física. Nesse sentido, nota-se a seriedade do problema e convém expor as causas e elaborar caminhos de combate para a solução desse quadro na sociedade.
   De início, urge analisar a ineficiência legislativa. De acordo com a Constituição Federal de 1988 – norma de maior hierarquia no sistema Jurídico brasileiro – todos os indivíduos possuem o direito a liberdade de crença religiosa, além de respeito e proteção às manifestações religiosas. Contudo, ao examinar o dado de violência  física, é indescutível que essa lei constitucional não é cumprida pelo Governo Nacional. Desse modo, é importante destacar que essa má atuação do Estado provoca o aumento desses crimes e, por consequência, a persistência dessa conjutura.
   Ademais, é importante salientar a má influência midiática. Segundo Pierre Bourdieu, o que foi criado para ser instrumento de democracia não deve ser convertido em mecanismo de opressão. Nessa perspectiva, pode-se observar que a mídia, em vez de promover debates que elevem o nível de informação da população, influencia negativamente no combate ao problema. Dessa maneira, a mídia pode esconder determinados detalhes de uma informação ,visando mais audiência e, portanto ,mais lucro. Com isso, reforça a discriminação com relação ao outro e faz com que a pessoa busque na prática da violência uma forma de reconhecimento diante à sociedade.
   Logo, é preciso que especialistas no assunto ,em parceria com ONGs também especializadas, desenvolvam ações nas redes sociais por meio da produção de vídeos que alertam sobre as reais condições das vítimas, comparando o tratamento que a mídia dá com relatos de pessoas que de fato vivenciaram tal problemática. É possível, também, impulsionar a campanha com o uso de uma “hashtag”, a fim de consicientizar a população. Somente assim, será construída uma sociedade mais fiel aos principios da Constituição.