Os efeitos do uso de substâncias estimulantes no século XXI

Durante o século XX, revoluções científico-informacionais caracterizaram os avanços tecnológicos e, por conseguinte, garantiram sua preponderância nos anos subsequentes. Essas inovações possibilitaram o avanço de técnicas e comercialização de produtos farmacêuticos, o que, atualmente, contribui para a popularização e consumo dassas substâncias estimulantes em escalas que infringem o recomendável por médicos e especialistas. Espera-se, assim, medidas que busquem a resolução desse problema.
Em primeiro lugar, cabe citar, como um dos fatores que corroboram para a formação e reformação desse cenário, tornando-o cíclico, a liquidez social destacada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Segundo este, o mundo contemporâneo é marcado pela fluidez das relações, impedindo, desse modo, a solidificação destas. Assim, ao se situarem em uma concretude na qual todas as expectativas são rigorosas, no sentido de exigir determinados comportamentos do individuo, e momentâneas, como bem ressaltado pelo pensador, nota-se a intensidade da busca por drogas desse gênero como maneira de adequação à realidade ou fuga desta.
Além disso, é preciso analisar em que medida o paradigma elencado no parágrafo anterior corresponde às demandas econômicas. Em “Admirável Mundo Novo”, livro escrito pelo britânico Aldous Huxley, a civilização londrina consome, como forma de alienar-se da realidade, psicotrópicos denominados “soma”, os quais são necessários à constância da economia local e aos próprios costumes sociais. Hodiernamente, do mesmo modo que representado nessa distopia, a influência da indústria farmacêutica é essencial para a manutenção do sistema de classes.
Fica claro, portanto, que o uso de substâncias estimulantes é uma das principais problemáticas do século XXI. Nesse sentido, cabe ao Estado, especialmente ao Ministério da Saúde, a divulgação de propagandas em meios midiáticos, as quais alertem sobre os efeitos danosos desses psicoativos, além de reafirmarem a necessidade de indicação médica para tal consumo. Ademais, espera-se a disponibilização de maior número de psicólogos em Unidades de Saúde e em Centros de Referência de Assistência Social a fim de estender as formas de auxílio a estas pessoas.