As dificuldades para o aumento da doação de órgãos no Brasil.

No episódio “O Transplante”, da série americana House, é retratada a dificuldade de realizar o transplante de coração, pela falta de doadores, para uma paciente que sofreu um acidente automotivo. Analogamente, fora da trama, a realidade no Brasil é preocupante, visto que a falta de informações da sociedade e a precariedade dos hospitais brasileiros – contribuem para aumentar as dificuldades no processo de doação de órgãos no País, elevando o número de pessoas nas listas de esperas para transplantes. Nesse contexto, é de suma importância a discussão desses aspectos, no intuito de buscar uma solução para a problemática.

Primeiramente, vale salientar que a desinformação da população acerca da doação de órgãos apresenta-se como um agravante do problema. Indubitavelmente, muitos familiares de falecidos não permitem a retirada dos órgãos pelo desconhecimento do assunto e das condições necessárias, como: morte cerebral, bom estado dos tecidos e biossegurança. Em consoante com dados da OMS, pelo menos 47,5% das famílias não permitem o procedimento impedindo que vidas sejam salvas. Assim, faz-se necessário a reformulação da postura das escolas e mídias na busca de informar a sociedade sobre a doação de órgãos.

Além disso, a precariedade dos hospitais brasileiros é outro motivo que piora o cenário da problemática. Nesse panorama, percebe-se que a falta de insumo e infraestrutura hospitalar inibe o atendimento e os procedimentos médicos necessários. Ademais, as unidades de saúde mais bem preparadas estão localizadas nas capitais e regiões mais desenvolvidas, sendo, portanto, um entrave, já que é necessário o deslocamento até esses locais. Segundo pesquisas do G1, somente 35% dos hospitais possuem capacidade para realizar as cirurgias. Decerto, tudo isso colabora para a propagação desse quadro deletério.

Logo, medidas devem ser tomadas para atenuar a problemática abordada. Nesse sentido, é dever do Governo Federal, por meio da conversão de impostos, investir no MEC e no Ministério da Saúde, os quais determinarão a utilização do capital repassado. Aquele contratando profissionais qualificados que serão responsáveis por fomentar debates nas escolas, com o fito de instruir a sociedade sobre questões concernentes sobre a doação de órgãos, enquanto esse irá garantir melhorias nas estruturas e equipamentos hospitalares, capacitando-os a realizar procedimentos essenciais para cirurgias e armazenamento de órgãos e tecidos. Desse modo, será atenuado a longo prazo as dificuldades do aumento da doação de órgãos no Brasil.