A OBESIDADE INFANTIL NO BRASIL

Segundo a filosofia de Platão, a mente é indissociável do âmbito corpóreo, portanto, para que se obtenha êxito nas diversas competências humanas, é necessário cultivar um corpo são. Essa teoria demonstra o cotidiano dos atenienses clássicos, que mantinham uma rotina de exercícios associada à uma nutrição adequada. No Brasil hodierno, no entanto, fatores como a má alimentação e o sedentarismo têm se tornado constantes, refletindo em altos índices de obesidade no país, afetando também a parte mais sensível da população, ou seja, os infantes. Com isso, faz se necessária uma intervenção.

Primeiramente, salienta-se como uma das causas da obesidade infantil brasileira o frequente consumo de alimentos com altas taxas lipídicas e glicêmicas, usualmente ofertados nos restaurantes “Fast-food”.  No documentário estadunidense “Super size-me”, o diretor evidencia, ao comer exclusivamente lanches e sobremesas durante um mês, os efeitos negativos dessa dieta para a saúde. Essas refeições são ricas em açúcar, gordura e pobres em fibras e vitaminas, fundamentais para o desenvolvimento corpóreo adequado das crianças. O uso de publicidade como propagandas e brindes, atrai o público infantil, que deixa de consumir insumos de qualidade, contribuindo para o sobrepeso.

Ademais, em colaboração para o problema, está a questão do sedentarismo que aflige as crianças do Brasil. De acordo com estudos da multinacional Nestlé, em 2017, cerca de 45% de infantes até 12 anos eram sedentários. Sabe-se que as atividades físicas previnem o acúmulo de gordura e evitam doenças ósseas e cardiovasculares. Com a falta de estímulos à tais práticas, aumenta-se a ocorrência dessas patologias, gerando malefícios na infância.

Em virtude dos fatos apresentados, é evidente a relação entre a má nutrição, o sedentarismo e a obesidade infantil no Brasil. Por conseguinte, cabe ao Ministério da Saúde promover a reeducação alimentar nas escolas, por meio da introdução de frutas e legumes na merenda escolar, supervisionada por nutricionistas. Por mais, é importante que as famílias dediquem-se a promover atividades físicas, estimulando-as com brincadeiras como corridas em pátios ou parques. Essas medias em conjunto irão atenuar a obesidade infantil, contribuindo para a saúde pública prevista na Constituição Federal.