O crescimento da violência contra os idosos

No livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, do escritor Machado de Assis, o defunto-autor relata que não teria filhos para negá-los o legado da miséria humana. Fora da ficção literária, essa realidade se evidencia, tendo em vista o crescimento da violência contra os idosos, um desafio que necessita ser enfrentado no Brasil. Logo, cabe analisar tal quadro ligado tanto a violência psicológica quanto a negligência familiar.  

A princípio, cabe destacar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) conceitua saúde como “um estado completo de bem-estar físico, social e mental”. No entanto, diversos indivíduos longevos são oprimidos psicologicamente, através de ameaças, humilhações e isolamento social. Com efeito, essas hostilidades podem culminar em problemas psíquicos, como ansiedade e depressão, necessitando que o pensamento da OMS seja constatado, de fato, na prática.  

Outrossim, segundo Benedetto Croce, filósofo italiano, “a violência não é força, mas fraqueza, nem poderá ser criadora de coisa alguma, apenas destruidora”. Essa concepção filosófica se presencia nos dias atuais, visto que a população da Terceira Idade, principalmente aqueles em situação doentia, carece da ajuda de familiares, os quais, às vezes, negligenciam cuidados essenciais, como a higienização e administração de medicamentos. Desse modo, é incabível que as pessoas mais velhas tenham um direito essencial postergado, necessitando de maior acompanhamento residencial.  

Infere-se, portanto, que medidas sejam tomadas para mitigar esse impasse. Destarte, o Ministério da Saúde e Justiça deve promover segurança e integridade aos idosos, por intermédio de investimentos governamentais, com a contratação de mais agentes de saúde e construção de delegacias especializadas, de modo a aumentar a fiscalização e assistência social nas residências dos cidadãos longevos.  Espera-se, com isso, que o único legado a ser transmitido seja de justiça e igualdade.