No filme “A corrente do bem” um professor de estudos sociais desafia seus alunos a realizar um trabalho escolar capaz de transformar a sociedade. Trevor, um desses jovens estudantes, surpreende seu mestre ao idealizar a chamada “corrente do bem”, uma rede solidária, que, a despeito de sua simplicidade, se viraliza rapidamente na comunidade adjacente. Fora da ficção, e, especialmente, em tempos de crise com a pandemia do Covid-19, a solidariedade emerge como uma questão central a ser considerada, muitas vezes ofuscada pelo individualismo exacerbado do século XXI, bem como pela postura do Estado e do setor empresarial.
Em primeiro lugar, o egocentrismo cultuado na era Pós-Moderna afrouxou os laços de solidariedade, gerando um comportamento individualista que coloca em risco a cidadania. De acordo com o sociólogo Jurgen Habermas, a transição da modernidade sólida para a líquida culminou com o enfraquecimento das instituições sociais e, por conseguinte, com a maior busca pela produtividade e ascensão social, afetando drasticamente as relações humanas. Tal premissa é ainda intensificada em momentos de crise, conjuntura que restringe o ir e vir das pessoas e o exercício da cidadania, e, portanto, reforça a necessidade de participação de outros setores da sociedade para a reversão desse quadro.
Consequentemente, tal posição pode ser combatida tanto pelo Estado quanto pela iniciativa privada, os quais devem adotar uma postura vanguardista frente a crise. Segundo o filósofo Ibn Khaldun, “uma derrota física jamais destruiu uma nação”, evidenciando a importância da solidariedade para a manutenção da coesão social. Nesse sentido, as edições do Jornal Nacional de abril de 2020, por exemplo, retrataram a atitude solidária das empresas em relação à pandemia do corona vírus, ao realizar doações de insumos e repasse de verba para hospitais de campanha, numa rede de solidariedade que se estabelece de cima para baixo e contagia positivamente toda a sociedade.
Destarte, o debate sobre a solidariedade em tempos de crise é fundamental e deve ser tratado de forma contundente. Por isso, cabe ao Ministério da Educação o estabelecimento de uma ementa pedagógica sobre o tema Cidadania e Solidariedade, a ser ministrada transversalmente em vídeo aulas durante a pandemia, para a rede pública e privada, com a realização de palestras e debates com sociólogos, assistentes sociais e lideranças de associações de moradores. Essa medida deverá ser concretizada em programas de extensão nas comunidades vulneráveis, com o intuito de fomentar a postura cidadã e solidária aos indivíduos. Adicionalmente, tal proposta poderá ser complementada por uma política de parcerias entre o Governo Federal e a iniciativa privada, a fim de estimular a participação de mais empresas a essa rede de solidariedade, envolvendo o cadastramento e a divulgação dessas organizações na mídia. Dessa forma, poder-se-á contemplar a corrente idealizada por Trevor, enfrentando de forma solidária a crise instaurada pela pandemia do Covid-19.
Rana
Boa noite. Sua redação foi bem elaborada, mas gostaria de fazer apenas uma observação: No terceiro parágrafo você apresentou uma proposta de intervenção que só deveria ser apresentada no último parágrafo. Lembrando: os dois parágrafos após a introdução devem ser de textos convidando o leitor ao debate.
Katley
Boa noite!
– Seu texto segundo as normas do ENEM, ultrapassou o limite de linhas, o correto seria 30.
– Você utilizou boas citações que se relacionaram bem com o texto, porém fez extensos parágrafos, o que deixou sua redação cansativa.
– Apresenta bom domínio da norma culta brasileira.
– Sua proposta de intervenção é ótima, porém, alunos de escolas públicas não tem condições em sua maioria, de terem um computador pra acessarem tais aulas.