Caminhos para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde durante e após a pandemia do novo coronavírus

Traumatizada pela Primeira Guerra Mundial, a humanidade enfrentou entre 1918 e 1920 a pandemia de gripe espanhola, que matou cerca de 50 milhões de pessoas, o dobro das baixas do conflito. Semelhante a isto, atualmente o Brasil e o mundo enfrentam um novo e difícil desafio, o COVID-19. Diante disso é necessária a discussão de formas de fortalecer o SUS (Sistema Único de Saúde) durante e após a atual crise, visto as deficiências do mesmo e a situação enfrentada em outros países no combate ao Coronavírus.

Inicialmente, deve-se observar que, apesar de estar presente em todas as regiões do país, o SUS vem apresentando diversas falhas. Segundo levantamento do jornal O Globo, divulgado no inicio de abril, Além da escassez de leitos de terapia intensiva, em mais de 500 municípios brasileiros as equipes de saúde não contam com equipamentos básicos, como máscaras cirúrgicas, aventais e álcool em gel. Frente ao exposto, esses profissionais, fora terem maior risco de contaminação, ficam impossibilitados de prestar atendimento à grande parte dos pacientes, situação que pode causar milhares de mortes. Fica visível, portanto, gravíssimas deficiências do sistema de saúde.

Ademais, é imprescindível atentar-se para a situação de países tidos como desenvolvidos, a exemplo dos Estados Unidos. Conforme consta na OMS (Organização Mundial de Saúde) os americanos contam apenas com sistemas particulares de saúde. Panorama que contribuiu para mais de 600 mil infectados pelo Coronavírus e 25 mil mortos, como mostra levantamento do dia 14 de abril também da OMS. Ou seja, a falta de um sistema de saúde pública deixa sem assistência médica as camadas pobres da população, deixando-as mais vulneráveis a pandemias, como a do COVID-19. Sendo assim, apesar dos problemas estruturais, faz mister a necessidade de defender e aprimorar o SUS no Brasil.

Frente aos fatos, é fundamental o pleno funcionamento de um sistema de saúde pública e gratuita para todos. Para isso o governo federal, estatual e municipal devem unir esforços em um plano de emergência para o SUS, que funcionaria através de leis que garantam o rápido repasse de verbas, equipamentos hospitalares, e profissionais para as regiões mais afetadas pela pandemia, e os realocando em locais com falta de estrutura médica ao fim da atual crise. O que contribuiria para o fortalecimento da rede hospitalar e a salvação de milhares de vidas. Vindo assim, evitar  uma tragédia a grande escala, como houve durante a gripe espanhola.