Os perigos da automedicação na cultura brasileira

No artigo 196 da constituição da República Federativa do Brasil, está prescrito que a saúde é direito de todos e dever do Estado, que, mediante políticas econômicas e sociais,deve conter os agravos e as complicações envolvendo a saúde no país. Todavia, apesar de previsto em lei, o controle das negligências na saúde da população brasileira não surte o efeito necessário, visto que a população se automedica, sem consultar um profissional de saúde, o que pode fomentar problemas de intoxicação ou esconder os sintomas de outras doenças nas pessoas. Dessa forma, medidas que regulamentem esse uso devem ser tomadas.
Mormente, consoante o filósofo alemão Arthur Schopenhauer, o maior erro do homem é sacrificar a sua saúde a qualquer outra vantagem. Tal ótica apresenta veracidade no que tange a automedicação na cultura brasileira, haja vista a busca por uma beleza perfeita, que leva as pessoas a usarem,sem receita médica, compostos hormonais que impulsionam o crescimento rápido de músculos e glúteos, sem necessitar de um esforço físico maior. Sendo assim, tais hormônios, quando aplicados de forma errada, tendem a alavancar as veias indo até o sangue, contaminando-o, por conta de sua composição química e tóxica, provocando intoxicações e mal-estar nos indivíduos que deles fazem uso.
Outrossim, segundo Charles Saint Evremond, a saúde como a fortuna, deixa de favorecer os que abusam dela. Tal pensamento se concretiza se levados em consideração os efeitos negativos da utilização de remédios sem prescrição médica, que não só provoca intoxicações como também pode esconder os sintomas de doenças mais graves, como uma infecção ou um tumor, que, caso os sintomas forem escondidos pelos remédios, podem não ser tratadas a tempo. Dessa forma, nao possuindo conhecimento sobre sua enfermidade, o indivíduo retarda seu tratamento, chegando a evoluir quadros piores que possivelmente o levarão ao falecimento.
Em síntese, é imprescindível que os problemas envolvendo a automedicação no país sejam resolvidos. Para esse fim, o Ministério da Saúde deve melhorar a fiscalização da venda clandestina de remédios por meio de investigações mais severas, visando diminui-las. Ademais, a Anvisa, como responsável pela vigilância sanitária, deve regulamentar a venda de remédios sem prescrição médica pelas farmácias, com o fito de induzi-las a fornecer medicamentos apenas quando recomendados diretamente por profissionais da medicina. Espera- se, com tais medidas, reduzir os problemas da automedicação na saúde da população brasileira.