A carência da informação gera o individualismo

A pauta sobre a doação de órgãos no Brasil, apesar de estar ganhando mais destaque em relação aos anos anteriores e gerando discussões, ainda não é vista de forma positiva pela maioria da população, uma vez cercada por tabus em se tratando da morte, certa ignorância por falta ou não acesso à informação e especialmente o egoísmo enraizado no ser humano.

Consta-se que pacientes vítimas de mortes cerebrais estão 100% aptos à doação de seus tecidos ou órgãos, pois apesar de seu cérebro cessar suas atividades, os demais sistemas do corpo permanecem em funcionamento durante determinado tempo. No entanto, cabe à família decidir se o sujeito participará da atitude solidária; o “sim”, majoritariamente, é raro.

Diversos fatores contribuem para que o “não” seja constante nesses casos. A religião, por exemplo, exerce uma forte influência sob a decisão do homem; algumas defendem a necessidade da fé voltada a uma possível ressurreição,  proibindo o ato, mesmo sendo impossível segundo estudos científicos. Não obstante, a falta de relação entre o médico do falecido e seus parentes impulsionam a incompreensão, até porque muitos não conseguem entender o motivo do óbito (sendo assim, não o aceitam) ou de que maneira a doação de órgãos é exercida no Brasil.

Em países como Estados Unidos e Espanha, o número de doadores pertencentes à ação é grande devido à educação oferecida aos estudantes acerca do assunto desde o fundamental. Portanto, como proposta de intervenção, encontra-se sob custódia do governo brasileiro tanto a adoção de tal ensino nas escolas, quanto o estímulo de campanhas disponíveis a todo público, envolvendo jogo de cores chamativas, gráficos ou ilustrações cognoscíveis e, em destaque, objetividade.