Mestre

Tema: Que História pode e deve ser ensinada? (UFRGS 2024)

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Olá! Eu gostaria de pedir ajuda num estilo de redação um pouquinho diferente hoje. Ele ainda é dissertativo-argumentativo como o ENEM, mas aproxima-se mais de um artigo de opinião. Assim, o uso de primeira pessoa é aceitável, valorizando-se bastante a autoria e a criatividade. O título é obrigatório e a extensão do texto é um pouco maior do que no ENEM. Não é necessária proposta de intervenção. Normalmente, há um único texto motivador, que tem a extensão maior do que uma página, com o qual temos que interagir de alguma forma no decorrer da nossa produção textual, por exemplo, dando a nossa opinião sobre os argumentos do autor. Se alguém aqui da comunidade conhecer o estilo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e puder corrigir minha redação, ficarei grata! Agora, sem mais delongas, aqui vai meu texto!
O que a História tem a ensinar?
Certamente, muitos que frequentaram a escola há algumas décadas se recordam das exaustivas sessões de estudo para as provas de História, nas quais era necessário decorar datas específicas, como 7 de setembro de 1822 e 15 de novembro de 1889 — correspondentes à Independência do Brasil e à Proclamação da República. Eventos como esses raramente são compreendidos em sua totalidade pelos alunos quando são obrigados a memorizar números. Embora essa abordagem ainda seja comum, é importante reconhecer que houve avanços significativos no ensino de História. No entanto, há muito a ser feito para que essa disciplina alcance todo o seu potencial na formação de cidadãos.
Muitos críticos do ensino tradicional consideram essa matéria ultrapassada, acreditando que consiste em olhar para um passado que não representa em nada a realidade cotidiana. Essa concepção errônea precisa ser revertida por meio de aulas mais engajadas e dinâmicas. Seria bastante útil se os estudantes entendessem melhor “como” e “por que” um fato histórico ocorreu do que exatamente “quando”. É claro que uma noção temporal teria bastante valia; todavia, é preferível apreender os processos subjacentes a um acontecimento do que a sua marcação no calendário. Isso porque, assim como afirmou o pensador grego Heródoto, compreender o passado é essencial para planejar o futuro. Nesse sentido, é possível aprender com os erros da humanidade para evitar a repetição de violências históricas, como os programas de eugenia nazistas, as Guerras Mundiais, as ditaduras na América Latina e as diversas formas de preconceito racial, religioso e de gênero. Dessa forma, as classes de História podem ser um palco para debates que relacionem os problemas dos nossos antepassados com os dilemas atuais.
Muitos ainda veem essa disciplina como um estudo limitado à memorização de nomes de imperadores, reis e generais. Esse é outro paradigma a ser quebrado, reconhecendo o papel da sociedade como agente histórico que promove revoluções e luta por seus direitos. Assim, é importante, ao invés de apenas sabermos que a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea em 1888, termos conhecimento sobre os processos de resistência dos escravizados, como as fugas e os quilombos. Também é crucial perceber as condições degradantes de vida dos negros naquela época, cujos direitos continuaram sendo violados após a abolição da escravatura, tanto pela inexistente inserção social quanto pela manutenção de trabalhos análogos à escravidão. É urgente que os alunos, guiados pelos seus professores, investiguem essas e outras histórias a fim de combater, dentre outras mazelas, a permanência de aspectos escravocratas na sociedade brasileira contemporânea, a exemplo do racismo.
Há uma necessidade premente de um esforço conjunto de dirigentes escolares, docentes, responsáveis e discentes para que a carga horária destinada ao aprendizado de História seja produtiva e socialmente engajada. O objetivo é que os estudantes compreendam suas origens, fortaleçam sua identidade e questionem situações que violam os direitos de alguém. Isso contribuirá para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e inclusiva.

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