No ano de 2014, o jornalista Ben Quinn deu origem ao termo “arquitetura hostil” ao se referir à instalação de elementos arquitetônicos que desencorajassem a permanência de moradores de rua nos centros urbanos de Londres. Desde então, essa prática é denominada uma forma de denunciar exclusão e segregação social ao redor do globo. No Brasil, onde atualmente há cerca de 240 mil moradores de rua segundo o jornal G1, torna-se indiscutível a seriedade da disfunção, que é agravada pelo crescimento e perpetuação da aporofobia, assim como o aumento exponencial da população.
Do ponto de vista social, o filósofo Jeremy Bentham afirma que o bem é exclusivamente aquilo que beneficia a maior quantidade de pessoas possível. No entanto, medidas como a arquitetura hostil, em conjunto com a gentrificação – súbita valorização de áreas com moradia de baixa renda – expulsam os menos afortunados dos grandes centros de convivência. Dessa forma, esses indivíduos são colocados às margens do território, como as favelas, comunidades e áreas de ocupação ilegal. Esse fenômeno está intrinsecamente ligado à aporofobia, rejeição e desprezo pelo pobre.
Ademais, a superpopulação também entra como um fator intensificante da problemática. A cidade de São Paulo por si só possui aproximadamente 11 milhões de habitantes, e corresponde a quase um quarto da população de rua de todo o país. Sob essa ótica, não havendo demanda no mercado de trabalho proporcional aos moradores, a mercantilização dos direitos básicos pela própria sociedade – em outras palavras, a crença de que alguém que não movimenta a economia não é digno – contribui para a exclusão social no Brasil.
Sendo assim, faz-se imperativa a intervenção governamental em determinada problemática, de caráter urgente. Para tal feito, é de suma importância que o Ministério das Cidades, órgão responsável pela política habitacional brasileira, fiscalize rigorosamente o cumprimento da lei federal Julio Lancellotti, que proíbe o uso de arquitetura hostil, a fim de defrontar a hostilidade urbana. Outrossim, as grandes mídias e o Ministério da Educação devem levantar conscientização acerca do assunto através de campanhas, tanto nas escolas com o auxílio dos professores e palestrantes, quanto nos meios de comunicação, com a finalidade de combater a aporofobia. Feito isso, garante-se uma sociedade mais próxima da que Jeremy Bentham idealizava, bem como maior desenvolvimento em todos os 5570 municípios do Brasil.
Samuel1818
Olá, Júlia!
Não sou corretor, então vou corrigir com base nos meus conhecimentos.
Parabéns pelo texto! Coloquei sua redação num corretor ortográfico e ele contou 361 palavras, está ótimo (se sua letra for média-grande), mantenha o padrão. Enfim, vamos para a correção:
C1- 160pts;
Apresenta bom domínio da norma culta, mas há erros visíveis, como:
•(1° parágrafo, linha 3) ”arquitetônicos, que desencorajassem”, não pode iniciar período com pronome oblíquo. Troque o ‘que’ por ‘os quais’ ou tire essa vírgula.
•(1° parágrafo, linha 5) “esta prática é denominada uma forma de”, há 2 erros aí: o termo ‘esta’ deve ser usado quando AINDA VAMOS citar algo, mas você quis fazer uma referência à prática JÁ citada ANTERIORMENTE, deveria utilizar ‘essa’; o outro erro é a ausência da palavra ‘como’ antes do artigo ‘uma’.
•(3° parágrafo, linha 5) “Sob esta ótica”, novamente o ‘esta’ no lugar de ’essa’. O certo é ‘Sob ESSA ótica’ porque você quer expressar sobre o parágrafo ANTERIOR, e não uma ideia nova que virá pela frente.
•(4° parágrafo, linha 6) “Não obstante”, esse conectivo expressa a ideia de contradição, significando “Apesar de”, ou seja, traz oposição a uma outra ideia. Troque por ‘Além disso’ ou ‘Outrossim’.
•(4° parágrafo, linha 7) “as grandes mídias em conjunto com o Ministério da Educação devem”, ausência de vírgulas depois de ‘mídias’ e antes de ‘devem’.
C2- 200pts;
Você segue a estrutura de um texto dissertativo-argumentativo e reforça suas ideias com repertórios socioculturais pertinentes, valorizando a escrita.
C3- 160pts;
Está coeso e coerente, mas senti falta do tópico frasal no 2° parágrafo. Você também poderia ter aprofundado um pouco mais.
C4- 200pts;
Os elementos coesivos (sinônimos, conectivos) estão muito bem dispostos e dando uma sequenciação lógica a sua redação, mas o ‘Não obstante’
juliarother
oi, Samuel! obrigada pela correção detalhada e atenciosa.
só tenho algumas correções na sua correção, kkkkk. na sua primeira observação, você me corrigiu por uma vírgula que não está no texto. depois, você corrigiu a falta da conjunção “como” antes do artigo “uma”, mas pelo que estudei, isso é puramente opcional.
apesar disso, quero agradecer por me dar um feedback mais completo, sua correção realmente me ajudou bastante, especialmente na questão gramatical.
infelizmente, quando fiz essa redação, o tempo foi cronometrado, e por isso não consegui desenvolver a conclusão como gostaria.
de qualquer forma, agora vou me atentar mais a esses pequenos detalhes. obrigada!
Samuel1818
Continuação… Desconsidere o 200 na C4
C4- 180pts;
[…] ‘Não obstante’ é mal empregado.
C5- 160pts;
Nenhuma das duas propostas de intervenção está completa.
Veredito:
C1- 160pts
C2- 200pts
C3- 160pts
C4- 180pts
C5- 160pts
Nota final:
860
Se apenas uma das duas propostas estivesse com os cinco elementos, você fecharia 900.
marjoriehyde
1- quanto ao segundo parágrafo, tópico frasal não é obrigatório mas eu acho que ajuda muito. o repertório sociocultural foi pertinente ao tema e bem relacionado
2 – faltou o repertório sociocultural do parágrafo 3 (o indicado é um repertório sociocultural em cada um dos 3° primeiros parágrafo)
3 – você levantou uma questão no 3° (aumento da população) e não a abordou na conclusão, o que prejudica sua c3 e c5
4 – na sua conclusão, você propõe palestra nas escolas, mas essa proposta tá muito batida e, principalmente, não está nada relacionada no tema
5 – ainda sobre a conclusão, sua primeira proposta está bem relacionado ao tema e tem o agente e a ação, mas eu achei que faltou a finalidade e o meio
Mariacarolinaalmeidanery
No ano de 2014, o jornalista Ben Quinn deu origem ao termo “Arquitetura hostil” ao se referir à instalação de elementos arquitetônicos, que desencorajassem a permanência de moradores de rua nos centros urbanos de Londres. Desde então, esta prática é denominada uma forma de denunciar exclusão e segregação social ao redor do globo. No Brasil, onde atualmente há cerca de 240 mil moradores de rua segundo o jornal G1, torna-se indiscutível a seriedade da disfunção, que é agravada pelo crescimento e perpetuação da aporofobia, assim como o aumento exponencial da população.
Do ponto de vista social, o filósofo Jeremy Bentham afirma que o bem é exclusivamente aquilo que beneficia a maior quantidade de pessoas possível. No entanto, medidas como a arquitetura hostil, em conjunto com a gentrificação – súbita valorização de áreas com moradia de baixa renda – expulsam os menos afortunados dos grandes centros de convivência. Desta forma, esses indivíduos são colocados às margens do território, como as favelas, comunidades e áreas de ocupação ilegal. Este fenômeno está intrinsecamente ligado à aporofobia, rejeição e desprezo pelo pobre.
Ademais, a superpopulação também entra como um fator intensificante da problemática. A cidade de São Paulo por si só possui aproximadamente 11 milhões de habitantes, e corresponde a quase um quarto da população de rua de todo o país. Sob esta ótica, não havendo demanda no mercado de trabalho proporcional aos moradores, a mercantilização dos direitos básicos pela própria sociedade – em outras palavras, a crença de que alguém que não movimenta a economia não é digno – contribui para a exclusão social no Brasil.
Portanto, faz-se imperativa a intervenção governamental em determinada problemática, de caráter urgente. Para tal feito, é de suma importância que o Ministério das Cidades, órgão responsável pela política habitacional brasileira, fiscalize rigorosamente o cumprimento da lei federal Júlio Lancellotti que proíbe o uso de arquitetura hostil. Não obstante, as grandes mídias em conjunto com o Ministério da Educação devem levantar conscientização acerca do assunto através de campanhas, tanto nas escolas quanto nos meios de comunicação. Feito isso, garante-se uma sociedade mais próxima da que Jeremy Bentham idealizava, bem como maior desenvolvimento em todos os 5570 municípios do Brasil.