No período pré-colonial, marcado pelo achamento de terras brasileiras, os europeus marginalizaram as civilizações e pequenos grupos já existentes no Brasil e inferiorizaram esses indivíduos. Analogamente, nos tempos atuais, a persistência desse preconceito continua, haja vista que a valorização dos povos originários ainda é escassa. Desse modo, é intrínseco analisar os principais propulsores desse contexto hostil: a negligência estatal e a ausência da conscientização social.
Diante desse cenário, é válido retomar o aspecto supracitado quanto à inoperância governamental para combater esse impasse. De acordo com Friedrich Hegel, filósofo francês, é dever do Estado proteger seus filhos, isto é, a sociedade em geral. Entretanto, a prática deturpa a teoria, pois, apesar CNPCT (Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais) garantir a preservação e reconhecimento das organizações sociais distintas, pouco (ou nada) é feito para o cumprimento dessa normativa, uma vez que essas pessoas, muita das vezes, têm suas propriedades danificadas devido à exploração de recursos ambientais e até mesmo invadidas por transgressores. O fator preocupante é que, mesmo com indícios da destruição de ambientes culturais e históricos, as vítimas desses descasos -como indígenas, quilombolas, pescadores e entre outros- tendem a ser invisibilizadas nacionalmente, o que colabora negativamente para a solução desse revés.
Além disso, a falta de interesse da população afeta diretamente no reconhecimento desses povos. Na obra “Ensaio sobre a Cegueira”, do escritor brasileiro José Saramago, o autor utiliza a expressão “cegueira branca” para referir-se às pessoas que fingem não observar os problemas existentes na nação. Nesse sentido, nota-se que, infelizmente, boa parte das pessoas ignoram e desvalorizam as comunidades tradicionais no Brasil, visto que muito dos brasileiros não sabem da importância cultural e socioambiental que elas têm, já que a maioria dos primários foram essenciais no processo territorial do país e, atualmente, vivem em áreas com predominação natural. Com isso, torna-se cada vez mais difícil abrir pautas sociais primordiais para a valorização comunitária.
Portanto, urge que o Poder Executivo -responsável por gerir as normas nacionais- crie uma fiscalização capacitada para punir aqueles que não obedecem as leis de preservação das comunidades tradicionais, por meio de verbas governamentais, a fim de garantir a esses povos sua dignidade e integridade. Outrossim, a sociedade deve reconhecer e se aprofundar nas suas origens, para que, assim, consiga valorizar os indivíduos originários. Dessa maneira, evitar-se-á situações semelhantes ao período pré-colonial e o Estado, de fato, poderá proteger seus filhos.
PedrovitorinoIniciante
ENEM 2022: Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil.
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pedroftw
Olá, não sou corretor mas irei dar minha opinião de acordo com meu entendimento das competências.
Sua introdução foi bem rica, trouxe um repertório bom e soube relaciona-lo ao tema, trouxe duas teses super ligadas ao problema abordado no tema.
Você conseguiu explicar ambas as teses de uma forma bem detalhada, sem tangenciar ou encher “linguiça” como muitos fazem, não tenho muito a falar. Sua conclusão apresenta uma proposta de intervenção completa, não tenho o que criticar.
Bom, como havia falado, não sou corretor, mas sem sombra de dúvidas você seria um dos alunos a tirar nota 1000, estou torcendo por você.
thayhlinhares
Correção por partes
Introdução: Gostei muito da sua introdução, apresenta repertório legitimado e produtivo, além de apresentar as duas teses a serem discutidas. A única coisa que eu mudaria, particularmente, seria mudar essa palavra “achamento”, acho que ficaria mais interessante “invasão”, por exemplo.
D1: Adorei seu parágrafo de desenvolvimento, houve a retomada a 1° tese e total apresentação de fatos e a sua opinião, que prevaleceu. Não encontrei erros nesse parágrafo.
D2: Mesma estrutura do D1, gostei muito. Apenas acho que faltou algum conectivo para ficar mais claro a relação do repertório com a realidade, mas deu para entender seu ponto de vista. Há erro em : “já que a maioria dos primários foram”, o certo seria: “já que a maioria dos primários foi”.
Proposta de intervenção: Apresenta todos os elementos de uma proposta, portanto, você obteve nota máxima nessa competência.
Nota por competência que eu daria:
CI: 160 ou 200
CII: 200
CIII: 200
CIV: 200
CV: 200
Total: 960/1000
Lembrando que não sou corretora profissional, mas com base em meus conhecimentos, sua redação receberá uma nota maior que 900.
Um abraço <3
YasmindosSantosferreira
Melhor de todos,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, Amei a sua redação,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,