DESAFIOS PARA A FORMAÇAO EDUCACIONAL DE SURDOS NO BRASIL

No atual corpo social, é perceptível a exclusão, em diversos âmbitos, de deficientes auditivos. Segundo o filósofo e educador Paulo Freire, “a inclusão acontece quando se aprende com as diferenças, e não com as igualdades”. Todavia, o cenário brasileiro tem se distanciado demasiadamente da realidade da citação do filósofo, principalmente no campo educacional, visto que os surdos ficam constantemente em situação de desamparo no sistema de ensino brasileiro, devido a ausência de profissionais devidamente preparados em sala de aula e a inexistência de oportunidades em outros meios educacionais para esses indivíduos. Dessa maneira, é visível a problemática, que deve ser urgentemente combatida.

 

Primordialmente, é importante ressaltar que um dos principais pilares que contribui para a resistência de adversidades na formação educacional de pessoas surdas no Brasil é a escassez de professores qualificados para lecionarem a deficientes auditivos. Conforme o artigo 27 da Constituição Federal, é dever do Estado e da comunidade escolar garantirem uma boa educação e, principalmente, a inclusão de deficientes auditivos nas salas de aula. Ainda que esse seja um direito garantido por lei, não é um benefício totalmente posto em prática, já que, em grande parte das escolas, poucos são os docentes fluentes em libras, ocasionando com que o desamparo do estudante surdo e o despreparo da rede de educação do país para receber esses estudantes sejam uma realidade diária da sociedade, prejudicando a possibilidade do aluno concluir o ensino com exemplaridade.

 

Ademais, a falta de oportunidades e preparação adequada em universidades aos cidadãos surdos também influencia na persistência da problemática. Recentemente, no filme “Eternos”, da Marvel, uma atriz surda foi introduzida no elenco de super heróis mais famosos do mundo, interpretando a personagem Makkari. Ainda que a atriz tenha conquistado um papel de grande renome,  é pouca a representatividade da deficiência auditiva nas telas de cinema e em outras esferas. Isso se deve pelo fato de limitadas oportunidades de um ensino que abranja a linguagem de sinais serem encontradas por esses indivíduos, em virtude do despreparo e desconhecimento de educadores sobre a língua e a constante exclusão de determinados grupos sociais.

 

Por conseguinte, ficam claros os desafios para a formação educacional de surdos no Brasil. Sendo assim, é benéfico que o Ministério da Educação requisite a criação de um regime que exija que uma determinada parcela de professores registrados em uma escola, tanto da rede privada quanto da pública, tenham um conhecimento excepcional de libras. A referida ação será feita por meio da solicitação da população e do Ministério ao governo que tal regime seja analisado, organizado e proposto. A exigência poderá ser realizada através das redes sociais e outras mídias. Por fim, espera-se que os principais impedimentos na formação de deficientes auditivos sejam sanados.