A obra cinematográfica “Escritores da Liberdade” narra a história de Erin Gruwell, uma professora que começou a dar aulas em uma turma desinteressada e dispersa. Nesse contexto, a docente percebeu o poder de transformação pessoal presente na educação e modificou sua didática, promovendo uma metamorfose na vida dos infantes. Para além da ficção, é perceptível que tal mudança no âmbito escolar é inviabilizada no Brasil devido à pandemia da Covid-19, que gerou impactos na educação brasileira, tais como a falta de socialização dos alunos, bem como a segregação socioeconômica.
A princípio, sabe-se que a falta de contato entre os alunos favoreceu a dificuldade de interação entre esses indivíduos. Nesse viés, de acordo com as premissas sociológicas de Émile Durkheim, a escola é um dos principais ambientes de socialização das crianças, e cabe a ela o auxílio na construção de valores. No entanto, com o advento do cenário pandêmico na nação verde-amarela, o contato entre os pueris foi reduzido, o que acentua problemas de caráter psicológico. Logo, a falta de interação entre crianças pode gerar transtornos mentais, tais como a ansiedade e a depressão.
Concomitantemente, a elitização dos métodos de ensino empregados durante o período pandêmico põe em evidência as disparidades socioeconômicas vigentes na sociedade tupiniquim. Nessa perspectiva, convém destacar que a educação na Roma Antiga possuía um caráter elitista, já que somente os cidadãos ricos podiam obter formação educacional e, embora date de séculos atrás, percebe-se que tal realidade é encontrada, também, no cenário nacional. Desse modo, a conjuntura em questão vai ao encontro do pensamento do escritor Pierre Lévy, pois, segundo ele, as tecnologias têm o potencial de gerar excluídos. Assim, fica claro que a necessidade de recursos tecnológicos durante a pandemia da Covid-19 realçou o quadro de desigualdade, já que muitos indivíduos foram marginalizados do processo educacional devido à escassez de aparatos computacionais.
A partir dos fatores supracitados, infere-se que a educação brasileira foi impactada por tal surto pandêmico. Portanto, urge que as escolas promovam, no cenário pós-pandêmico, o amparo psicológico aos alunos, por meio da contratação de psicólogos, que devem trabalhar, de maneira individualizada, a saúde mental dos alunos, a fim de reduzir as consequências da falta de contato entre as crianças. Paralelamente, cabe ao Ministério da Educação, em parceria ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a oferta do acesso à tecnologia aos grupos vulneráveis, mediante a construção de espaços nas escolas com os aparatos tecnológicos necessários, para que a desigualdade social seja minimizada. Somente por meio de tais medidas, a transformação educacional feita por Erin Gruwell estará presente não somente no âmbito ficcional, como também no território brasileiro hodierno.
Mr.Crozma
Movido a limpar redações antigas que ficaram sem correções, vejo que esta grande aluna estava dando retoques finais antes da prova. Pegou um tema puxado pra chegar bem desconfortável pro grande dia e eu fico na torcida para que a estratégia tenha dado certo. Aqui o problema foi não falar de empreendedorismo.
Educação é um tema que sempre ativa os padrões reconhecidos pela nossa mente e a gente corre o risco de caminhar no automático. Espero que isso não tenha acontecido no seu Enem. Se me ler, saiba que quero notícias suas. Pelo menos por distração eu acho que ninguém tangenciaria o tema do registro civil. Por desconhecimento, certamente. Não foi o seu caso, aposto.
Apesar de tangenciar, redação com ótimos valores culturais e linguísticos. Destaco a atenção que você provou na substituição de palavras e espero que tenha feito uma prova com essa mesma pegada!