Desafios para o combate ao capacitismo em questão no Brasil

O comediante Lee Ridley, conhecido como “Lost Voice Guy”, perdeu a fala e teve seus movimentos afetados após uma paralisa cerebral. Em 2018, Lee conquistou o público do Britain’s Got Talent e venceu o programa por meio do voto popular. No entanto, o tratamento respeitoso oferecido a Ridley não é uma realidade para os deficientes brasileiros, uma vez que o capacitismo é um problema comum na sociedade do país. Diante disso, a falta de empatia e a negligência estatal são fatores que contribuem para a permanência desse impasse.

A princípio, cabe ressaltar que a ausência de empatia faz com que os deficientes sejam discriminados e excluídos socialmente. Nesse sentido, a deficiência é vista, muitas vezes, como uma limitação que torna o indivíduo inferior e menos capaz que os demais. Como exemplo dessa concepção equivocada, pode-se citar as crenças de Hitler, o qual acreditava que as pessoas com características físicas e mentais destoantes do padrão deveriam ser mortas, pois representavam erros intoleráveis na sociedade ariana. Logo, como tal pensamento inescrupuloso ainda repercute atualmente, o bem-estar dos portadores de deficiência é ameaçado.

Outrossim, é preciso apontar a falta de ações abrangentes do Estado visando à inclusão de indivíduos com deficiências. Sob tal perspectiva, segundo dados do Censo Escolar divulgado pelo Inep, em 2019, o número de alunos deficientes matriculados em classes comuns cresceu, porém, apenas 28% das escolas públicas têm dependências adequadas para esses estudantes. Com essa abordagem, percebe-se que as pessoas com necessidades especiais enfrentam enormes desafios no seu cotidiano devido à carência de acessibilidade nos ambientes. Assim, é fundamental que os espaços públicos e privados possam ser contemplados por todos.

Portanto, medidas são necessárias para resolver essa adversidade. A fim de combater a discriminação e a exclusão dos deficientes, urge que o Ministério da Educação, em parceria com canais midiáticos, realize campanhas de conscientização, mediante a divulgação de depoimentos de pessoas com necessidades especiais. Tal grupo terá espaço para desmistificar concepções errôneas sobre suas condições. Também, o Ministério da Economia deve investir em projetos para criar ambientes inclusivos, por meio do direcionamento de verbas para escolas. Só assim, a atitude de respeito prestada a Lee não será um caso isolado.